É possível reabrir a economia sem acelerar o contágio? Especialistas opinam
Professores e pesquisadora debateram se a atual situação da pandemia no país permite uma retomada da economia de forma segura
Helio Zylberstajn, professor sênior da faculdade de Economia da USP, acredita que a retomada da economia deve ser de acordo com a desaceleração de casos do novo coronavírus. "Só devemos retormar quando tivermos o sinal verde dos responsáveis pela saúde pública. Do ponto de vista de empregos, precisamos garantir que as pessoas que já têm trabalho continuem empregadas", argumentou citando que será fundamental a ajuda do governo federal para a manutenção dos postos de trabalho.
A pneumologista e pesquisadora da Fiocruz Margareth Dalcomo concorda que um esquema de abertura econômica é extremamente difícil durante a expansão do número de casos de Covid-19. "Temos que reconhecer o tempo que perdemos em não fazer um fechamento mais radical antes. Com um lockdown de duas a três semanas feito no tempo certo, nós teríamos seguramente controlado a evolução dessa pandemia", disse.
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Para Gonzalo Vecina, professor de Saúde Pública da USP, é preciso tomar ao menos reforçar três cuidados para a reabertura da economia: isolamento social, manter a taxa de ocupação de leitos de UTI abaixo de 70% e garantir queda no número de casos por 14 dias consecutivos.
"Tendo as três regras presentes, o Estado tem que garantir uma capacidade de testagem [para a população geral], pois sem os testes não saberemos os portadores sintomáticos e assintomáticos [da doença]. Aonde as atividades econômicas forem flexibilidades, é presico manter medidas de higiene, uso de máscara, distanciamento de ao menos dois metros."