Rússia restringe compra de carne bovina do Brasil após casos de “vaca louca”
Importação da proteína dos estados de Mato Grosso e Minas Gerais só pode ocorrer se for de gado abatido com 30 meses ou menos

A Rússia impôs restrições a frigoríficos brasileiros de carne bovina depois que dois casos atípicos da doença da “vaca louca” foram detectados neste mês no país sul-americano, segundo o órgão regulador agrícola russo.
As restrições entraram em vigor na quarta-feira (15), informou o serviço de inspeção russo Rosselkhoznadzor em seu site, determinando que a importação da proteína dos estados de Mato Grosso e Minas Gerais, onde foram encontrados os casos de vaca louca, só pode acontecer se for de gado abatido com 30 meses ou menos.
A informação foi publicada inicialmente pelo jornal Valor Econômico.
A carne também precisaria de certificação veterinária quanto à idade dos animais abatidos, disse o regulador, acrescentando que as restrições também valem para importação de gado vivo.
A Rússia pode liberar produtos desossados enviados dos dois estados antes das restrições, mas testes de segurança e de laboratório serão necessários.
O Ministério da Agricultura do Brasil não respondeu de imediato a um pedido de comentários.
A medida ocorre depois que a Arábia Saudita suspendeu as importações de carne bovina de cinco frigoríficos brasileiros localizados em Minas Gerais, também em função da ocorrência da doença. No entanto, ontem, o pais retomou as operações com o Brasil.
Na sequência dos caso de “vaca louca”, o Brasil – o maior exportador mundial de carne bovina – também suspendeu temporariamente os embarques da proteína para seu principal cliente, a China, em linha com um protocolo de saúde assinado entre os dois países.
A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) exclui a ocorrência de casos de “vaca louca” atípica para efeitos do reconhecimento do status oficial de risco do país, já que não oferece riscos, informou o Ministério da Agricultura anteriormente. Ainda assim, esses países estão restringindo as compras.