Temos que saber operar sob a ameaça da Covid-19, diz presidente da Abrasce
Em meio à pandemia de Covid-19, 99 shopping centers em 54 cidades brasileiras voltaram a funcionar
Em meio à quarentena para conter o avanço do novo coronavírus no país, 99 shoppings centers em 54 cidades reabriram as portas. Em entrevista à CNN nesta quarta-feira (20), Glauco Humai, presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), disse que até a produção de uma vacina contra a Covid-19, “temos que aprender a conviver e a operar sob a ameaça do vírus” e que, por isso, “os shoppings entraram em um novo normal”.
Segundo ele, os estabelecimentos que foram reabertos têm operado com horário restrito, entre meio-dia e 20h, e uma série de medidas de higienização, sanitização e afastamento social entre funcionários e consumidores foram tomadas.
“Isso garante uma operação com segurança. Durante o período de quarentena, estudamos o que foi feito no exterior, consultamos especialistas da área de saúde no Brasil e construímos um protocolo robusto”, disse Humai.
Humai também contou que tem conversado com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e sua equipe, e afirmou que não tem pressionado pela reabertura dos shoppings centers no estado.
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“Temos comunicado o governo com dados, práticas e informações para que ele tome a decisão de quando é o melhor momento para abrir”, disse. “Mas entendemos que, por São Paulo ser tão grande e ter realidades tão diferentes, é possível reabrir em alguns municípios com uma operação segura.”
Impacto ‘avassalador’
A perda do setor por conta da pandemia está sendo bilionária. De acordo com Humai, os shoppings deixaram de faturar R$ 25 bilhões, fora o investimento de mais de R$ 2 bilhões que fizeram aos lojistas para mantê-los abertos neste momento.
“Cerca de 20% de lojistas de shoppings, em um universo de mais de 100 mil, fecharam ou pretendem fechar as portas nos próximos 30 dias. Dezesseis inaugurações de shoppings foram suspensas. O impacto é avassalador”, afirmou.