Aumento de precatórios é grande risco para alocação de gastos, diz Funchal

Antes de receber a conta de R$ 90 bilhões devidos em precatórios, a equipe econômica calculava um espaço de R$ 30,4 bilhões no Orçamento de 2022

Anna Russi, do CNN Brasil Business, em Brasília
Bruno Funchal
Bruno Funchal em coletiva de imprensa da equipe técnica do Ministério da Economia (14.abr.2020)  • Foto: Edu Andrade/Ascom/ME
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 O secretário especial de Fazenda, Bruno Funchal, admitiu que o aumento de precatórios é um dos maiores risco para o orçamento público na questão da alocação de recursos e gastos. Apesar da solução do governo de parcelar a conta dos precatórios, o secretário ressaltou que a medida tem que ser "bem feita" ou pode piorar a situação fiscal do país.

"Um dos grandes riscos, quando falamos de alocação de recursos e gastos no Orçamento, é o aumento dos precatórios", comentou em participação na Comissão Mista de Orçamento, nesta quarta-feira (18). 

"Quando você parcela (precatórios) demais, pode acumular na dívida. Uma forma de "desacumular"  é pegar ativos que existem e são subutilizados e usar para abater dívida, e aí entra o fundo de liquidação de passivo", explicou.

 

Ainda segundo ele, além de ajudar que a conta de precatórios não se transforme em uma "bola de neve", o fundo tem o objetivo de reduzir o tamanho do Estado e melhorar a eficiência da máquina pública. 

Antes de receber a conta de R$ 90 bilhões devidos em precatórios, a equipe econômica calculava um espaço de R$ 30,4 bilhões no Orçamento de 2022. No entanto, Funchal admitiu que a pressão inflacionária também era uma ameaça à sobra de recursos. 

"Outro fator (que ameaça o espaço para investimento) é o atendimento do mandado de injunção do [programa] renda mínima universal do STF - cumprir esse mandado ocupa espaço nesses R$ 30 bilhões. Um terceiro é a reforma do IR, que pode aumentar ou reduzir, não do teto, mas em termos de resultado primário", comentou.

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