BC britânico diz que fará compras ilimitadas de títulos para estabilizar mercado

"Se a disfunção neste mercado continuar ou piorar, haverá um risco material para a estabilidade financeira do Reino Unido", disse o BoE

Por David Milliken, da Reuters
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O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) disse nesta quarta-feira (28) que comprará quantos títulos governamentais de longo prazo forem necessários entre agora e 14 de outubro para estabilizar os mercados financeiros, e acrescentou que adiará o início de seu programa de venda de gilts antes agendado para a semana que vem.

"Se a disfunção neste mercado continuar ou piorar, haverá um risco material para a estabilidade financeira do Reino Unido", disse o BoE.

"Isso levaria a um aperto injustificado das condições de financiamento e uma redução do fluxo de crédito para a economia real."

O banco central britânico disse que as compras visam restaurar a ordem das condições de mercado. "As compras serão realizadas em qualquer escala necessária para efetivar esse resultado."

Mais cedo nesta quarta-feira, os rendimentos dos títulos do governo britânico de 30 anos superaram 5% pela primeira vez desde 2002, com a continuação de uma forte liquidação de gilts desencadeada por medidas fiscais anunciadas pelo governo na semana passada.

Após o comunicado do BoE, os rendimentos de 30 anos caíram cerca de 20 pontos-base no dia.

O banco disse que mantém sua meta de reduzir suas 838 bilhões de libras (US$ 892 bilhões) em participações em títulos do governo em 80 bilhões de libras ao longo do próximo ano, mas adiará o início das vendas – que deveriam começar na próxima semana – por causa das condições do mercado.

A instituição disse que venderá de volta os títulos que comprar uma vez que as condições do mercado se estabilizem e afirmou que o Ministério das Finanças britânico concordou em indenizá-la contra quaisquer perdas.

"Essas compras serão estritamente limitadas no tempo. Elas se destinam a resolver um problema específico no mercado de títulos do governo de vencimentos mais longos", acrescentou o banco central.

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