É difícil encontrar solução a curto prazo para falta de chips, diz especialista

Impacto na indústria deve demorar para ser normalizado

Produzido por Juliana Alves,
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A escassez mundial de chips que afeta a produção de quatro em cada dez fábricas de produtos eletrônicos no Brasil não deve ter solução a curto prazo, aponta o especialista em tecnologia e inovação Arthur Igreja em entrevista à CNN neste domingo (25).

"Tivemos um somatório de eventos importantes. O primeiro deles é essa escassez do lado da produção. As indústrias estão demandando mais já que, com o home office, as pessoas e empresas começaram a comprar mais notebooks, tablets e smartphones. Quem conseguiu comprar, comprou, e várias outras indústrias foram para o final da fila. Então, é um problema que demora muito para ser resolvido e, simplesmente, não tem como substituir", explica. 

 

A forma de consumo da tecnologia também foi afetada pela pandemia. "As pessoas passaram a ficar mais em casa, gastaram menos com turismo e tiveram que buscar webcam melhor, microfone. Elas foram fazendo upgrades, e tem demanda de chips por todos os lados. Todas as indústrias estão competindo para comprar esses chips e brigando por seus contratos".

Arthur Igreja, especialista em tecnologia, einovação (25.Jul.2021)
Arthur Igreja, especialista em tecnologia, inovação e segurança digital (25.Jul.2021)
Foto: Reprodução/CNN

 

A situação deve demorar a normalizar.  "Mesmo que a demanda se estabilize, houve fechamento de fábricas nesse período, queda de estoque e restrições na volta à indústria. Não dá para expandir a oferta rapidamente", diz Igreja.

A longa duração da pandemia no Brasil pela demora na vacinação torna a situação ainda mais delicada.

"O país sofreu mais que os outros países em suas fábricas. Aqui, a pandemia foi mais dura e mais longa. Os cancelamentos de contrato perduraram por mais tempo, e a retomada dos pedidos foi tardia, daí entra no final da fila. E com o fator dólar, os produtos ficam mais caros, e os consumidores podem retardar algumas compras. É muito difícil encontrar uma solução de curto prazo para essa questão", avalia.

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