Bradesco e BNDES lançam certificadora de créditos de carbono
Em meio à crise de imagem das certificadoras, novo negócio dos bancos quer oferecer credibilidade e mira demanda crescente

O Bradesco e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) anunciaram nesta terça-feira (11) a criação de uma nova certificadora de créditos de carbono. A empresa, chamada de Ecora, começa a funcionar em meados de 2026.
Não foram anunciados detalhes da sociedade, como investimento dos sócios ou participação acionária.
O novo negócio quer ocupar a crescente demanda por certificação de créditos de carbono, especialmente aquele com origem no Brasil. Além disso, os dois sócios entendem que é preciso reduzir a dependência de organismos internacionais e estabelecer padrões de governança adaptados à realidade brasileira.
“Por isso, estamos investindo numa certificadora de carbono. Nosso negócio é de intermediação. Temos capacidade de fomentar e intermediar esse mercado. Para isso, é preciso ter garantia dessa certificação”, disse o presidente do Bradesco, Marcelo Noronha.
O Bradesco conversa com dois outros potenciais sócios que poderão entrar na Ecora.
Para tentar contornar essa crise de imagem, a nova empresa terá como assessora técnica a norte-americana Aecom. Essa é uma das maiores consultorias globais em meio ambiente e sustentabilidade.
Com uma atuação mais técnica e confiável, Noronha diz que é possível fazer com que o mercado de carbono cresça e diminua as diferenças com outros mercados. “O mercado voluntário do Brasil tem a tonelada de carbono a R$ 25, enquanto a mesma custava US$ 37 nos Estados Unidos”, diz.
Para o presidente do Bradesco, após a sanção da lei do mercado regulado no fim do ano passado, haverá forte crescimento desse segmento no Brasil.


