Mesmo antes da pandemia, setor industrial já havia desacelerado
O faturamento do setor teve um avanço de apenas 0,2% em fevereiro, ante alta de 2,3% em janeiro.

O avanço da pandemia do novo coronavírus já mostrou os seus impactos tanto na saúde do país, quanto na economia. A indústria, no entanto, não pode culpar somente o vírus pelos maus resultados: a perda de ritmo do setor começou antes do avanço da COVID-19 por aqui. A desaceleração já pode ser vista em fevereiro, segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Um exemplo foi a pequena alta do faturamento industrial: avanço de 0,2% em fevereiro, ante alta de 2,3% em janeiro.
Outro destaque negativo foi o rendimento médio real, que registrou a maior perda acumulada. O recuo de 0,7% é o quarto resultado negativo consecutivo do indicador, que havia registrado recuos mensais de 0,1%, 1,5% e 0,1% de novembro a janeiro, respectivamente. Em relação a fevereiro de 2019 a queda foi de 2,1%.
Enquanto o nível de emprego permaneceu estável, as horas trabalhadas, rendimento médio e massa salarial recuaram. Na comparação anual, no entanto, o nível de emprego variou negativamente em 0,1%.
No mesmo período, a queda de horas trabalhadas foi de 1,6%. A massa salarial dos trabalhadores também teve redução 0,8% usando como base janeiro e 2,2% na comparação com fevereiro de 2019.
Há exceções de recuos, segundo os dados da CNI. A Utilização da Capacidade Instalada (UCI), por exemplo, avançou pelo segundo mês consecutivo e teve uma alta de 1,2 ponto percentual em relação a fevereiro de 2019. Na comparação mensal, o aumento em relação a janeiro foi de 0,5 ponto percentual, alcançando 78,7% do total.
Os números foram divulgados nesta quarta-feira (8/4) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Os Indicadores Industriais retratam a atividade dos 21 setores da indústria de transformação.