Mutação do vírus da Covid-19 é maior preocupação do mercado financeiro para 2021

Conclusão é de levantamento do Deutsche Bank feito em dezembro com mais de 900 profissionais do setor espalhados pelo mundo

Ligia Tuon,
Funcionário usa roupa contra coronavírus na bolsa de Xangai (28.02.20)
Funcionário usando roupa de proteção contra coronavírus dá orientações dentro da bolsa de valores de Xangai em 28/2/2020  • Foto: Aly Song/Reuters
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Enquanto diversos países começam a imunizar sua população contra a Covid-19, pequenas mutações do novo coronavírus, causador da doença, começam a aparecer, levantando dúvidas sobre o ritmo de retomada da economia global.

Apesar de cientistas dizerem que as mutações do vírus são sensível às vacinas que já existem, a tensão sobre o tema vem aumentando e virou a maior preocupação de mercados financeiros para 2021, segundo levantamento feito pelo Deutsche Bank. 

As três maiores preocupações trazidas pelo estudo são relacionadas à vacina. A primeira é que a mutação do vírus seja resistente às vacinas, com 38% das respostas. Logo depois, com 36%, está a preocupação de que séries efeitos colaterais causados pela vacina comecem a aparecer. Isso, além de atrapalhar a recuperação econômica, causaria um temor natural contra as vacinas.

Empatados em terceiro lugar, com 34%, estão exatamente a recusa das pessoas em se vacinarem e o estouro de uma bolha no setor de tecnologia. Como sabido, o setor é um dos que mais ganharam valor nesse período, o que muitos analistas acreditam que é exagerado.

Prova disso é que a Tesla, do empresário Elon Musk, se tornou a maior montadora do mundo, mesmo vendendo uma pequena fração em comparação às suas concorrentes.

A pesquisa ouviu a opinião de 984 profissionais do mercado espalhados pelo mundo, de 09 a 11 de dezembro, sobre os maiores riscos para os mercados no ano que vem. Desde então, porém, o cenário já piorou.

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Neste domingo (20), diversos países restringiram a entrada de voos vindos do Reino Unido, depois de o secretário de Saúde britânico dizer que uma variação do novo coronavírus, que se espalha mais rapidamente do que outras cepas e levou ao aumento das restrições durante o período do Natal, está "fora de controle".

As tensões em volta do Reino Unido derrubaram os principais índices de bolsas pelo mundo nesta segunda-feira (21), com o continente europeu liderando as quedas. No Brasil, o Ibovespa recuou quase 2%.

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