Capacidade de compra do cliente continua subindo, diz CFO da MRV
Em entrevista ao CNN Money, Ricardo Paixão destaca engajamento do governo e ganhos de eficiência que impactaram resultado do 3º trimestre
A MRV&Co divulgou balanço financeiro do terceiro trimestre nesta quarta-feira (12) e apresentou lucro líquido de R$ 111,1 milhões no período, uma alta em relação ao lucro de R$ 17,3 milhões no mesmo período do ano anterior.
Em entrevista ao CNN Money, o CFO da companhia, Ricardo Paixão, falou sobre o aumento do ticket médio nas vendas da companhia e destacou medidas do governo federal ligadas ao setor habitacional, como as revisões do programa Minha Casa Minha Vida, como favoráveis para o bolso do consumidor.
"Temos observado o governo muito engajado com a questão da habitação popular, o programa Minha Casa Minha Vida tendo revisões de parâmetros uma após a outra, sempre se mantendo atualizado. Isso tem feito com que a capacidade de compra do cliente continue subindo", disse.
Paixão pontuou ainda a capacidade da companhia em elevar preços "um pouco acima da inflação" e alcançar uma alta no volume de vendas, que proporcionou também crescimento de receita e recuperação da margem bruta.
O CFO também comentou sobre o ganho de eficiência da companhia no trimestre, apontando medidas que melhoraram resultados.
Entre os destaques, indicou reuso de formas e padronização de imóveis, moradias mais "enxutas" que proporcionam habitação popular mais barata para população de baixa renda e o adensamento, verticalizando empreendimentos para comportar mais unidades no mesmo terreno.
A projeção é de que a empresa seja "boa pagadora de dividendos" em 2027, com base nos resultados de 2026, ano em que a prioridade da MRV será a desalavancagem, segundo o executivo.
Sobre fatores de atenção para a MRV, o CFO citou a inflação e o FGTS como os principais destaques.
"Fechamos o ano passado com uma grande preocupação sobre a inflação, temos visto a inflação rodando abaixo do que havíamos estimado, mas é sempre um ponto de atenção importante. Juntamente com o FGTS, que é o funding para habitação popular no Brasil, de onde vem o dinheiro para casa e apartamentos dentro do Minha Casa Minha Vida", afirmou.
"Uma taxa de desemprego muito baixa e um nível de emprego muito alto tem permitido um funding bem relevante e isso tem sido um motor de crédito para o programa habitacional", concluiu Paixão.


