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Lucro da Berkshire Hathaway aumenta 34% e caixa atinge recorde histórico

Em seu último relatório financeiro antes da saída de Warren Buffett do cargo de CEO, a empresa acumula recorde de US$ 381,7 bilhões em caixa

Reuters
Logo da Berkshire Hathaway em painel eletrônico da Bolsa de Valores de Nova York
Logo da Berkshire Hathaway em painel eletrônico da Bolsa de Valores de Nova York  • 10/05/2023 REUTERS/Brendan McDermid
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Neste sábado (1º), a Berkshire Hathaway sinalizou que continuava cautelosa em relação aos mercados, permitindo que seu caixa atingisse o recorde de US$ 381,7 bilhões, mesmo com o aumento do lucro, em seu último relatório financeiro antes da saída de Warren Buffett do cargo de CEO.

Entre julho e setembro, o conglomerado de Buffett também vendeu mais ações do que comprou para seu portfólio de ações de US$ 283,2 bilhões, cujas participações, incluindo Apple e American Express, marcaram o 12º trimestre consecutivo como vendedor líquido.

A Berkshire não recomprou nenhuma de suas próprias ações, sendo este o quinto trimestre consecutivo sem recompras, embora o preço de suas ações tenha ficado significativamente atrás do mercado em geral.

Despedida de Buffett

Buffett, de 95 anos, está deixando o dinheiro acumular enquanto se prepara para encerrar seu mandato de seis décadas como diretor executivo no final do ano.

O vice-presidente Greg Abel, de 63 anos, sucederá o lendário investidor, embora Buffett permaneça como presidente do conselho.

Abel é conhecido por ser um gestor mais participativo do que Buffett. Ainda não está claro como ele pretende gastar o caixa da Berkshire, o que poderia incluir o pagamento do primeiro dividendo do conglomerado sediado em Omaha, Nebraska, desde 1967.

A Berkshire Hathaway planeja usar US$ 9,7 bilhões em dinheiro para comprar a OxyChem, divisão de produtos químicos da Occidental Petroleum, uma transação anunciada no início de outubro.

Lucro líquido aumentou, impulsionado pelos ganhos com ações

O lucro operacional do terceiro trimestre aumentou 34%, para US$ 13,49 bilhões, ou cerca de US$ 9.376 por ação Classe A, em comparação com US$ 10,09 bilhões no ano anterior.

Os resultados operacionais foram beneficiados por projeções de perdas menores em alguns dos negócios de seguros e resseguros da Berkshire, embora a seguradora de automóveis Geico tenha relatado ganhos de subscrição menores, já que gastou mais para adquirir novas apólices.

O lucro líquido trimestral, incluindo ganhos e perdas com investimentos em ações, aumentou 17%, para US$ 30,8 bilhões, ou US$ 21.413 por ação Classe A, em comparação com US$ 26,25 bilhões no ano anterior.

Buffett minimiza a importância dos resultados líquidos porque eles incluem ganhos e perdas em ações que a Berkshire não está vendendo. Isso aumenta a volatilidade, e Buffett acredita que os resultados líquidos são inúteis para entender sua empresa.

Preço das ações fica atrás do mercado em geral

Os investidores expressaram sua apreensão em relação às perspectivas da Berkshire e à iminente mudança na gestão vendendo suas ações.

Desde que Buffett anunciou, em 3 de maio, que deixaria o cargo, o preço das ações da Berkshire caiu 12% e ficou 32 pontos percentuais abaixo do índice Standard & Poor's 500.

Ao longo de todo o ano de 2025, a Berkshire estará 11 pontos percentuais abaixo do índice.

A Berkshire detém cerca de 200 empresas, que incluem operações de serviços públicos e energias renováveis, empresas químicas e industriais, além de marcas de consumo conhecidas como Dairy Queen, Fruit of the Loom e See's Candies.

Desde que pagou US$ 32,1 bilhões pela Precision Castparts em 2016, a empresa não fez nenhuma grande aquisição, embora posteriormente tenha comprado a Pilot Travel Centers por US$ 13,6 bilhões e a holding de seguros Alleghany por US$ 11,5 bilhões.

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