Resultado do PIB é positivo, mas crescimento não é sustentável, diz economista

À CNN Rádio, a professora do Insper Juliana Inhasz afirmou que desaceleração da economia “está em curso”

Amanda Garcia, da CNN
Inhasz destaca que a conjuntura macroeconômica do Brasil “não favorece o crescimento sustentável.”  • Marcello Casal Jr/Agência Brasil
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O crescimento de 2,9% em 2022 da economia brasileira, anunciado nesta quinta-feira (2), é “um sinal positivo”, mas apenas quando se olha o montante em si.

Esta é a avaliação da professora de economia do Insper, Juliana Inhasz.

Em entrevista à CNN Rádio, ela explicou que o PIB do Brasil não cresce desta forma, de maneira persistente, já há um tempo.

“O resultado do 4º trimestre em relação ao 3º já mostra uma queda na economia.”

O ritmo apresentado no ano de 2022, segundo a professora, faz sentido ainda como reflexo da “retomada do setor de serviços depois da pandemia”, o que era esperado.

“Mas tivemos políticas de estímulo à economia no ano passado que não eram persistentes, de longo prazo”, completou.

Como havia prazo de validade, “o último trimestre veio com redução dos estímulos, o que naturalmente desacelera.”

Além disso, Inhasz destaca que a conjuntura macroeconômica do Brasil “não favorece o crescimento sustentável.”

“Temos a incerteza da condução da economia e dúvidas com relação às políticas de fato que serão implementadas, se serão de aperto ou de estímulo.”

De acordo com a economista, isso coloca a economia do Brasil “em status de espera”, enquanto não há essa clareza, com investidores aguardando definições.

Ao mesmo tempo, o ambiente internacional “não nos é favorável”, no momento em que muitas economias do mundo dão sinais de desaceleração.

“O Brasil, que é produtor de commodities, é um país que sofre bastante com incertezas que acontecem fora da nossa fronteira”.

*Com produção de Isabel Campos

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