Entrega secreta de armas e batalhas no leste: saiba as últimas notícias sobre a guerra na Ucrânia
Novo sistema de mísseis táticos dos Estados Unidos deu ânimo na contraofensiva da Ucrânia

Ao longo da última semana, uma entrega secreta de armas norte-americanas e um ataque através do rio injetaram a energia necessária na contraofensiva da Ucrânia, em grande parte paralisada.
No leste, os ucranianos afirmam ter infligido perdas massivas às forças russas que tentavam cercar uma cidade em batalha.
Enquanto isso, na capital Kiev, os parlamentares ucranianos procuram eliminar a influência russa da Igreja.
Aqui está o que você precisa saber.
Chegada surpresa do Sistema de Mísseis Táticos do Exército dos EUA (ATACMS)
Uma entrega secreta dos Estados Unidos de mísseis ATACMS de longo alcance atingiu campos de aviação na ocupada Berdiansk, na costa do Mar de Azov, e em Luhansk, no leste da Ucrânia, na terça-feira, destruindo helicópteros russos e um depósito de munições.
Um vídeo publicado pelo comandante-chefe das Forças Armadas da Ucrânia, general Valerii Zaluzhnyi, mostrou os poderosos mísseis disparando, com uma legenda agradecendo aos soldados ucranianos “pelo serviço” e aos parceiros “pelo apoio”.
Em um momento no qual o financiamento dos EUA para a Ucrânia continua incerto, a chegada do ATACMS foi um reforço bem-vindo, tanto no campo de batalha como para o moral público.
VÍDEO – Análise: Guerra na Ucrânia entra em momento crucial
A Ucrânia pede o sistema de mísseis há meses. Ainda não está claro quando as armas foram entregues ou quando foi tomada a decisão de fornecê-las.
Com um alcance de cerca de 160 quilômetros, os poderosos mísseis poderão quebrar o posicionamento russo, com a maioria dos analistas prevendo que Moscou será forçada a estacionar suprimentos aéreos mais longe, limitando a capacidade operacional.
Para os ucranianos, a medida foi vista como uma forte mensagem de apoio dos EUA. “Os ucranianos estão muito encorajados com a entrega do ATACMS, e nossos guerreiros estão fazendo bom uso deles no campo de batalha”, disse o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em uma postagem no X (antigo Twitter) após uma ligação com o presidente dos EUA, Joe Biden.
Batalhas no leste
Os combates ferozes têm ocorrido em Avdiivka, na região de Donetsk, com a Rússia continuando cercando a cidade, e a Ucrânia afirma ter desferido golpes massivos ao pessoal e ao equipamento militar russo.
As forças russas lançaram ondas de ataques repelidos pelas tropas ucranianas que estão fortemente entrincheiradas na região.
De acordo com os militares ucranianos, mais militares e tanques russos foram destruídos em um único dia – na quinta-feira – do que em qualquer outro dia desde o início da guerra.
Imagens mostram a destruição da guerra entre Rússia e Ucrânia
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Veja imagens que mostram a destruição da guerra na Ucrânia após cerca de um ano e meio de conflito
Crédito: 30/06/2023 REUTERS/Valentyn Ogirenko - 2 de 20
Vista mostra ponte Chonhar danificada após ataque de míssil ucraniano, em Kherson, Ucrânia
Crédito: 22/06/2023Líder da região de Kherson Vladimir Saldo via Telegram/Handout via REUTERS - 3 de 20
Casas inundadas em bairro de Kherson, Ucrânia, quarta-feira, 7 de junho de 2023.
Crédito: Felipe Dana/AP - 4 de 20
Prédio destruído em Mariupol, na Ucrânia
Crédito: 14/04/2022 REUTERS/Pavel Klimov - 5 de 20
Área residencial inundada após o colapso da barragem de Nova Kakhovka na cidade de Hola Prystan, na região de Kherson, Ucrânia, controlada pela Rússia, em 8 de junho.
Crédito: Alexander Ermochenko/Reuters - 6 de 20
Imagens de drone obtidas pelo The Wall Street Journal mostram soldado russo se rendendo a um drone ucraniano no campo de batalha de Bakhmut em maio.
Crédito: The Wall Street Journal - 7 de 20
Vista aérea da cidade ucraniana de Bakhmut
Crédito: Vista área da cidade ucraniana de Bakhmut em imagem de vídeo15/06/202393rd Kholodnyi Yar Brigade/Divulgação via REUTERS - 8 de 20
Socorristas trabalham em casa atingida por míssil, em Kramatorsk, Ucrânia
Crédito: 14/06/2023Serviço de Imprensa do Serviço Estatal de Emergência da Ucrânia/Handout via REUTERS - 9 de 20
A cidade de Velyka Novosilka, na linha de frente, carrega as cicatrizes de um ano e meio de bombardeios.
Crédito: Vasco Cotovio/CNN - 10 de 20
Crateras e foguetes não detonados são uma visão comum na cidade de Velyka Novosilka, que foi atacada pelas forças russas.
Crédito: Vasco Cotovio/CNN - 11 de 20
Policial ucraniano dentro de cratera perto do edifício danificado por drone russo.
Crédito: Reprodução/Reuters - 12 de 20
Rescaldo de um ataque de míssil russo na região de Zhytomyr
Crédito: Bombeiros trabalham em área residencial após ataque de míssil russo na cidade de Zviahel, Ucrânia09/06/2023. Press service of the State Emergency Service of Ukraine in Zhytomyr region/Handout via REUTERS - 13 de 20
Danos à barragem de Nova Kakhovka, no sul da Ucrânia, são vistos em uma captura de tela de um vídeo de mídia social.
Crédito: Telegram/@DDGeopolitics - 14 de 20
Vista da ponte destruída sobre o rio Donets
Crédito: Lev Radin/Pacific Press/LightRocket via Getty Images - 15 de 20
Ataque com míssil mata criança de 2 anos e deixa 22 pessoas feridas na Ucrânia, diz governo
Crédito: Ministério da Defesa da Ucrânia/Divulgação/Twitter - 16 de 20
Foto tirada por ucraniana após ataques com drones russos contra Kiev. Drones foram abatidos, mas destroços provocaram estragos.
Crédito: Andre Luis Alves/Anadolu Agency via Getty Images - 17 de 20
Morador local de pé em frente a prédio residencial fortemente danificado durante o conflito Rússia-Ucrânia, no assentamento de Toshkivka, região de Luhansk, Ucrânia controlada pela Rússia
Crédito: 24/03/2023REUTERS/Alexander Ermochenko - 18 de 20
Soldados ucranianos disparam artilharia na linha de frente de Donetsk em 24 de abril de 2023.
Crédito: Muhammed Enes Yildirim/Agência Anadolu/Getty Images - 19 de 20
Ataque de mísseis russos atingem prédio residencial em Uman, na região central da Ucrânia
Crédito: Reuters - 20 de 20
Vista aérea da cidade ucraniana de Bakhmut capturada via drone
Crédito: 15/04/2023 Adam Tactic Group/Divulgação via REUTERS
A CNN não pode verificar as alegações ucranianas sobre as perdas russas de forma independente.
Mas vídeos compartilhados por contas militares ucranianas não oficiais mostram combates intensos e equipamento destruído. Zelensky classificou as perdas russas em Avdiivka como “catastróficas”.
Analistas dizem que o objetivo russo é cercar a cidade e assumir o controle de uma área elevada perto de uma instalação industrial, o que daria à Rússia um controle efetivo sobre as rotas de abastecimento ucranianas.
Avdiivka conhece bem os ataques russos e tem sido a linha de frente do conflito no leste da Ucrânia desde 2014.
Mais de 1,6 mil civis permanecem na cidade em guerra, de acordo com autoridades locais.
Operação atravessando rio em Kherson
Os detalhes oficiais da última operação atravessando o rio da Ucrânia são escassos. Mas as tropas ucranianas parecem ter atravessado o rio Dnipro para a região de Kherson, ocupada pela Rússia, segundo bloggers militares pró-Kremlin.
O popular blogueiro militar russo WarGonzo disse na sexta-feira (20) que os combates na margem oriental do Dnipro continuaram perto da vila costeira de Krynky, especulando: “As tropas ucranianas estão tentando ganhar uma posição e reunir reservas para desenvolver a iniciativa na margem do Dnipro controlada pelo exército russo.”
No início da semana, bloggers russos alegaram que unidades militares ucranianas tinham atravessado o rio, rompendo algumas defesas russas e avançando para as aldeias de Poyma e Pishchanivka, na margem oriental.
Kiev não comentou oficialmente sobre as operações transversais na região.
A Ucrânia já realizou ataques na margem oriental do rio Dnipro, em Kherson. As forças ucranianas estabeleceram pela primeira vez uma cabeça de ponte na margem do rio controlada pela Rússia, perto da ponte Antonivsky, em junho, e realizaram outros ataques durante o verão.
Igreja importa
Os deputados ucranianos deram luz verde inicial para um Projeto de Lei que visa eliminar a influência russa na religião.
O objetivo da lei proposta é “impedir que organizações religiosas operem na Ucrânia, cujo centro de governo esteja localizado fora da Ucrânia, em um Estado que comete agressões armadas contra a Ucrânia”.
O projeto foi aprovado em primeiro turno, com 267 votos a favor e 15 votos contra.
Embora o Projeto de Lei não nomeie especificamente a Igreja Ortodoxa Ucraniana (UOC), as implicações são claras. Kiev considera a UOC uma extensão da Igreja Ortodoxa Russa (ROC) e da influência de Moscou na Ucrânia.
A UOC afirma ter cortado relações com a igreja sediada em Moscou desde a invasão em grande escala. Porém, um painel de especialistas do governo ucraniano “não encontrou quaisquer documentos ou ações que pudessem indicar a transformação da UOC em uma organização religiosa independente da ROC”.
Um clérigo da UOC chamou o projeto de lei de “escandaloso” e acusou os legisladores de explorarem a religião para “intrigas políticas”.
O parlamento ucraniano “não proibiu ninguém hoje. Adotou um Projeto de Lei verdadeiramente escandaloso que contém muitas disposições provocativas que contradizem a Constituição”, disse um representante da UOC, Metropolitan Klyment, em comunicado.
Para que o projeto se torne lei, terá de ser votado uma segunda vez no parlamento e promulgado por Zelensky.