Líder sírio diz que irá anunciar nova estrutura da defesa e do exército em breve

Falando em coletiva de imprensa conjunta com o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, Sharaa disse que seu governo não permitirá armas fora do controle do estado

Reuters
Líder sírio diz que irá anunciar nova estrutura da defesa e do exército em breve  • REUTERS
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O líder dos rebeldes da Síria, Ahmed al-Sharaa, disse neste domingo (22) que seu governo anunciará a nova estrutura do Ministério da Defesa e do exército em poucos dias.

Falando em coletiva de imprensa conjunta com o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, Sharaa disse que seu governo não permitirá armas fora do controle do estado.

Uma fonte oficial disse à Reuters no sábado que Murhaf Abu Qasra, uma figura importante na insurgência que derrubou Bashar al-Assad duas semanas atrás, foi nomeado ministro da defesa no governo interino.

Sharaa não mencionou a nomeação de um novo ministro da defesa neste domingo.

Ele discutiu a forma que as instituições militares tomarão durante uma reunião com facções armadas no sábado, disse a agência de notícias estatal SANA.

O primeiro-ministro Mohammed al-Bashir disse na semana passada que o Ministério da Defesa seria reestruturado usando antigas facções rebeldes e oficiais que desertaram do exército de Assad.

Entenda o conflito na Síria

O regime da família Assad foi derrubado na Síria no dia 8 de dezembro, após 50 anos no poder, quando grupos rebeldes tomaram a capital Damasco.

O presidente Bashar al-Assad fugiu do país e está em Moscou após ter conseguido asilo, segundo uma fonte na Rússia.

A guerra civil da Síria começou durante a Primavera Árabe, em 2011, quando o regime de Bashar al-Assad reprimiu uma revolta pró-democracia.

O país mergulhou em um conflito em grande escala quando uma força rebelde foi formada, conhecida como Exército Sírio Livre, para combater as tropas do governo.

Além disso, o Estado Islâmico, um grupo terrorista, também conseguiu se firmar no país e chegou a controlar 70% do território sírio.

Os combates aumentaram à medida que outros atores regionais e potências mundiais — da Arábia Saudita, Irã, Estados Unidos à Rússia — se juntaram, intensificando a guerra no país para o que alguns observadores descreveram como uma "guerra por procuração".

A Rússia se aliou ao governo de Bashar al-Assad para combater o Estado Islâmico e os rebeldes, enquanto os Estados Unidos lideraram uma coalizão internacional para repelir o grupo terrorista.

Após um acordo de cessar-fogo em 2020, o conflito permaneceu em grande parte "adormecido", com confrontos pequenos entre os rebeldes e o regime de Assad.

Mais de 300 mil civis foram mortos em mais de uma década de guerra, de acordo com a ONU, e milhões de pessoas foram deslocadas pela região.