Rússia diz que neutralidade da Ucrânia está sendo "discutida seriamente"
Ministro das Relações Exteriores afirmou ainda que "há alguma esperança de chegar a um compromisso"; 4ª rodada de negociações foi pausada novamente
A Rússia disse, nesta quarta-feira (16), que as negociações de paz com a Ucrânia não são fáceis, mas que há alguma esperança de chegar a um compromisso e que a neutralidade para a Ucrânia está sendo seriamente discutida.
"As negociações não são fáceis por razões óbvias", disse o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, à RBC News. "Mas, no entanto, há alguma esperança de chegar a um compromisso."
"O status neutro agora está sendo seriamente discutido junto, é claro, com garantias de segurança", disse Lavrov.
A Ucrânia também fez declarações positivas cautelosas sobre as negociações de paz. O país disse que está disposto a negociar até o fim da guerra, mas não vai se render ou aceitar ultimatos russos.
Lavrov disse que questões-chave incluem a segurança das pessoas no leste da Ucrânia, a desmilitarização da Ucrânia e os direitos das pessoas de língua russa no país.
A quarta rodada de negociações foi retomada na tarde da terça-feira (15). No entanto, de acordo com um representante ucraniano, o encontro foi interrompido novamente após um processo “muito difícil e viscoso”.
O conselheiro presidencial e negociador da Ucrânia Mykhailo Podolyak afirmou, através de uma postagem no Twitter, que as negociações com os russos continuariam nesta quinta, e que existem “contradições fundamentais” entre as duas partes.
Segundo Podolyak, contudo, “certamente há espaço para compromisso”. Mais cedo, o conselheiro do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que a reunião com os russos teria como principais pautas a regulamentação geral, um possível cessar-fogo e acordos para a retirada de tropas da Rússia do território ucraniano.
Anunciando a invasão em 24 de fevereiro, o presidente Vladimir Putin culpou os Estados Unidos por ameaçar a Rússia ao ampliar a aliança militar da Otan para o leste no quintal da Rússia.
Durante a entrevista, Lavrov retomou o assunto e afirmou que a Rússia "não vê interesse dos Estados Unidos em resolver rapidamente esse conflito".
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