Taiwan promete se defender enquanto China ameaça aumentar presença militar

País está discutindo exercícios para conter potenciais incursões e ataques de Pequim

Da Reuters
Evento de dia aberto ao público da Marinha de Taiwan, em Yilan 20/3/2025  • REUTERS/Ann Wang
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Taiwan está determinado a se defender e proteger o modo de vida livre, afirmou o ministro da Defesa da ilha nesta quinta-feira (26), ao discutir os exercícios anuais do próximo mês.

Isso acontece enquanto as Forças Armadas da China prometeram aumentar a prontidão de combate para impedir atividades "separatistas".

A China, que considera Taiwan, governado democraticamente, como próprio território, intensificou as ameaças militares nos últimos cinco anos, realizando várias rodadas de exercícios de guerra e enviando forças para os céus e mar próximos à ilha diariamente.

Em discurso a um comitê criado pelo presidente de Taiwan, Lai Ching-te, para aumentar a resiliência diante de um possível ataque chinês, o ministro da Defesa, Wellington Koo, descreveu os exercícios anuais da ilha chamados de Han Kuang, que começam no próximo mês.

Os treinamentos começarão com ensaios para conter potenciais "incursões de alta intensidade em zonas cinzentas" da China, que podem evoluir para um ataque, e as Forças Armadas de Taiwan praticarão como repelir um desembarque chinês, afirmou Koo.

Himars (Novos Sistemas de Foguetes de Artilharia de Alta Mobilidade) fabricados pela Lockheed Martin LMT.N, serão usados ​​no Han Kuang pela primeira vez, juntamente com os mísseis terra-ar Sky Sword, desenvolvidos por Taiwan, acrescentou.

Os exercícios "deixarão a comunidade internacional saber que estamos determinados a nos defender e a transmitir à China que as Forças Armadas do país têm a confiança e a capacidade de defender uma vida livre e democrática", falou Koo.

Mais cedo nesta quinta-feira (26), o Ministério da Defesa informou que a China realizou outra "patrulha conjunta de prontidão para combate" envolvendo navios de guerra e 21 aeronaves militares ao redor da ilha, incluindo caças Su-30.

Pequim rotula Lai como "separatista" e o governo expressou ainda mais indignação depois que ele fez dois discursos esta semana afirmando que Taiwan tem a própria soberania e que a China não tem base histórica ou legal para reivindicá-la.

O porta-voz do Ministério da Defesa chinês, Zhang Xiaogang, afirmou que a distorção da história e a "doutrina maligna" de Lai "expuseram completamente sua intenção sinistra de provocar e intensificar o confronto através do Estreito de Taiwan".

"O Exército de Libertação Popular não tolerará os atos separatistas da independência de Taiwan, continuará a fortalecer o treinamento militar e a preparação para o combate e defenderá resolutamente a soberania nacional e a integridade territorial", afirmou ele em uma coletiva de imprensa regular.

A China nunca renunciou ao uso da força para colocar a ilha sob controle próprio, e qualquer ataque poderia desencadear uma guerra regional mais ampla.

Lai e seu governo se opõem veementemente às reivindicações de soberania de Pequim, afirmando que cabe ao povo da ilha decidir seu futuro.

Os últimos exercícios militares chineses, em abril e outubro, foram retratados, em parte, por Pequim como um teste para um possível bloqueio a Taiwan.