Trump fará reunião sobre a Venezuela nesta segunda-feira (1º)

Presidente americano afirmou que conversou com o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, por telefone

Natasha Bertrand e Alayna Treene, da CNN
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizará uma reunião na Casa Branca na noite desta segunda-feira (1º) para discutir os próximos passos em relação à Venezuela, disseram fontes familiarizadas com o assunto à CNN, enquanto o governo intensifica sua campanha de pressão sobre o país.

Membros importantes do gabinete de Trump e da equipe de segurança nacional, incluindo o secretário de Defesa Pete Hegseth, o chefe do Estado-Maior Conjunto, general Dan Caine, e o secretário de Estado Marco Rubio, devem comparecer, assim como a chefe de gabinete da Casa Branca, Susie Wiles, e o vice-chefe de gabinete, Stephen Miller.

A reunião, prevista para às 17h (19h no horário de Brasília) no Salão Oval, ocorre em um momento de crescente pressão americana sobre a Venezuela, com ataques a embarcações de narcotraficantes e um aumento da presença militar americana no Caribe.

As forças armadas americana reuniram mais de uma dúzia de navios de guerra e 15 mil soldados na região como parte da operação que o Pentágono denominou "Operação Lança do Sul".

O presidente também afirmou na semana passada que os EUA iriam interromper o tráfico de drogas venezuelano por terra, além do marítimo, “muito em breve”.

Durante o fim de semana, Trump também emitiu uma ampla diretriz nas redes sociais, alertando companhias aéreas, pilotos e redes criminosas para evitarem o espaço aéreo venezuelano.

Trump também confirmou ter conversado por telefone com o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, mas não comentou o conteúdo da conversa.

Na semana passada, o governo americano designou formalmente Maduro e seus aliados como membros de uma organização terrorista estrangeira, uma medida que, segundo autoridades, ampliará as opções militares dos Estados Unidos para ataques dentro da Venezuela.

A reunião no Salão Oval ocorre em um momento em que parlamentares continuam questionando a legalidade dos ataques americanos contra supostos barcos de narcotráfico na região, que já mataram mais de 80 pessoas.

A legalidade dos ataques é questionada, visto que os EUA não declararam oficialmente guerra à Venezuela.

A CNN noticiou na semana passada, citando fontes familiarizadas com o assunto, que os EUA realizaram um ataque subsequente a um navio suspeito de transportar drogas, depois que um ataque inicial não matou todos a bordo.

Parlamentares dos dois partidos expressaram sérias preocupações com o ataque, alguns sugerindo que poderia ser um "crime de guerra".

"A lei é clara", afirmou o senador independente Angus King, do Maine, à CNN na manhã desta segunda-feira (1º).

"Se os fatos forem, como alegado, que houve um segundo ataque especificamente para matar os sobreviventes na água, isso é um crime de guerra puro e simples. É também assassinato."

King, membro da Comissão de Serviços Armados do Senado, afirmou que o Congresso buscará entrevistar “pessoas em todos os níveis da cadeia de comando”.

“A questão é: que ordem o secretário de defesa deu e como ela foi executada? E vamos conversar com pessoas, como eu disse, em todos os níveis, desde o topo da cadeia de comando até as pessoas que de fato desencadearam o ataque”, disse ele.

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