Trump x Epstein: Veja a linha do tempo dos últimos acontecimentos
Donald Trump sofre pressão de opositores e apoiadores para liberação de documentos relacionados à investigação

O caso Jeffrey Epstein virou um grande ponto de discussão nos Estados Unidos, fazendo com que parte da base de apoiadores mais fiéis de Donald Trump começasse a questionar o presidente americano sobre o envolvimento dele com o financista, exigindo liberação de documentos da investigação.
Embora o legista-chefe da cidade de Nova York tenha determinado que a morte de Epstein foi suicídio por enforcamento, a relação dele com pessoas ricas e poderosas levaram a diversas teorias da conspiração e especulações.
Em várias entrevistas, Trump deixou em aberto a possibilidade de Epstein não ter cometido suicídio. Durante a campanha presidencial de 2024, quando questionado na Fox News se ele tiraria de sigilo os chamados "arquivos Epstein", o republicano disse que sim.
Além disso, em fevereiro deste ano, a Fox News perguntou à procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, se o Departamento de Justiça divulgaria uma suposta lista de clientes de Epstein, e ela respondeu: "Está na minha mesa agora para revisão".
Entretanto, o governo americano havia voltado atrás e dito que não havia lista de clientes e que não planejava divulgar novos documentos, o que gerou fúria entre os apoiadores de Trump.
Veja abaixo quais foram os últimos acontecimentos relacionados ao caso Jeffrey Epstein.
Governo diz que não há "lista de clientes".
No dia 7 de julho, o Departamento de Justiça divulgou um memorando concluindo que Epstein se suicidou e que não há "nenhuma lista de clientes incriminadora" ou evidências de que ele tenha chantageado pessoas importantes.
O departamento também divulgou 10 horas de imagens de segurança da prisão que mostram que ninguém entrou na cela de Epstein no dia em que ele cometeu suicídio.
Assim, destacaram que não planejavam divulgar novos documentos sobre o assunto, contrariando as promessas de Trump.
Trump rebate pergunta sobre Epstein durante reunião
No dia 8 de julho, Trump rebateu uma pergunta feita diretamente à procuradora-geral Pam Bondi sobre o caso, chamando isso de "profanação".
"Vocês ainda estão falando sobre Jeffrey Epstein? Esse cara é falado há anos", comentou.
"Você está perguntando... nós temos o Texas, nós temos isso, nós temos todas as coisas, e as pessoas ainda estão falando sobre esse cara? Esse cara? Isso é inacreditável", adicionou Trump, referindo-se à devastadora enchente no Texas.
"Quer dizer, não acredito que vocês estão fazendo uma pergunta sobre Epstein em um momento como este, em que estamos tendo um dos maiores sucessos e também uma tragédia com o que aconteceu no Texas. Parece simplesmente uma profanação", concluiu.
Ex-advogado de Epstein nega existência de lista
Em entrevista à CNN no dia 15 de julho, David Schoen, ex-advogado de Jeffrey Epstein, rejeitou a ideia de que haveria uma "lista de clientes" do financista.
Neste mesmo dia, Trump voltou a criticar os pedidos para mais informações sobre o caso, destacando que não entendia o interesse da população nele.
"As informações críveis foram entregues. (...) Não entendo por que o caso Jeffrey Epstein seria do interesse de alguém, são coisas bem chatas", pontuou.
Presidente da Câmara pede transparência
Também em 15 de julho, o presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Mike Johnson, afirmou querer ver mais detalhes da investigação, enquanto enfrentava pressão de alguns republicanos para tomar uma medida incomum e usar o poder do Congresso para investigar o assunto.
“Sou a favor da transparência”, destacou Johnson em uma entrevista em podcast com o comentarista conservador Benny Johnson.
Trump chama apoiadores que pressionam sobre caso de "fracos"
Em 17 de julho, Donald Trump acusou alguns de seus apoiadores de serem "fracos" que estão caindo em "besteiras" do Partido Democrata — concluindo que ele não quer mais o apoio deles.
“O novo golpe deles é o que chamaremos para sempre de Farsa de Jeffrey Epstein, e meus apoiadores do passado acreditaram nessa ‘besteira’, de cabo a rabo”, escreveu o presidente na Truth Social.
Trump disse que a controvérsia sobre o caso estava desviando a atenção dos sucessos de sua Presidência.
Trump ordena divulgação de depoimentos
Também no dia 17 de julho, Trump declarou que pediu à procuradora-geral que divulgasse todo e qualquer depoimento pertinente ao júri no caso Jeffrey Epstein, ação que estava sujeita à aprovação de um tribunal.
"Com base na quantidade absurda de publicidade dada a Jeffrey Epstein, solicitei à procuradora-geral Pam Bondi que apresente todo e qualquer depoimento pertinente ao Grande Júri, sujeito à aprovação do Tribunal. Este GOLPE, perpetuado pelos democratas, deve acabar agora mesmo!", escreveu o presidente na Truth Social.
Jornal divulga suposta carta para Epstein com assinatura de Trump
No mesmo dia, o Wall Street Journal publicou uma reportagem que mostra uma coleção de cartas enviadas a Jeffrey Epstein em 2003, quando ele comemorava seu 50º aniversário.
Entre elas, há um suposto bilhete com o nome de Donald Trump e o desenho de uma mulher nua.
A ilustração, representando os seios de uma mulher e uma assinatura “Donald”, circundava várias linhas de texto datilografado, segundo o jornal que analisou a carta.
A carta concluía com a frase: “Feliz Aniversário — e que cada dia seja um segredo maravilhoso”.
Em entrevista ao WSJ dias antes, Trump negou ter escrito a carta ou feito o desenho e ameaçou processar o jornal se publicassem a matéria.
Em 18 de julho, o presidente processou o Wall Street Journal e seus proprietários, incluindo Rupert Murdoch, pedindo US$ 10 bilhões devido à reportagem.
No dia 21 de julho, a Casa Branca anunciou que retiraria o jornal da comitiva da viagem do presidente à Escócia devido a "conduta falsa e difamatória".
Departamento de Justiça entra em contato com ex-namorada de Epstein
Em 22 de julho, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos disse que entrou em contato com Ghislaine Maxwell, ex-cúmplice e ex-namorada de Jeffrey Epstein, para uma reunião.
O advogado de Maxwell disse à CNN nesta data que ela "sempre testemunhará com sinceridade. Somos gratos ao presidente Trump por seu compromisso em revelar a verdade neste caso".
CNN divulga imagens de Epstein no casamento de Trump
Também em 22 de julho, a CNN divulgou novas imagens revelando mais detalhes sobre a relação entre Jeffrey Epstein e Donald Trump.
Fotos de 1993 confirmam pela primeira vez que Epstein compareceu ao casamento de Trump com Marla Maples. A presença do financista na cerimônia no Plaza Hotel não era amplamente conhecida até então.
Além disso, outros registros obtidos pela CNN revelam ambos rindo e conversando em um evento de moda da Victoria’s Secret em Nova York, em 1999.
Em uma breve ligação com a CNN, o presidente foi questionado sobre as fotos e respondeu: "Você só pode estar brincando", chamando a CNN de "notícias falsas" antes de desligar.
Em declaração à CNN, o diretor de comunicações da Casa Branca, Steven Cheung, afirmou: "Isso nada mais é do que capturas de tela fora de contexto de vídeos e fotos inócuos de eventos com grande público para inferir de forma repugnante algo nefasto".
Justiça nega pedido de divulgação de documentos
Uma juíza federal da Flórida negou no dia 23 de julho a divulgação de documentos adicionais do grande júri da investigação sobre Jeffrey Epstein.
Robin Rosenberg afirmou que estava "de mãos atadas", pois o Departamento de Justiça havia solicitado que as evidências sigilosas fossem divulgadas devido ao "amplo interesse público" e não como parte de um processo judicial.
Procuradora informou que Trump está nos arquivos Epstein
Também em 23 de julho, a CNN confirmou com fontes que Pam Bondi informou Donald Trump em maio que o nome dele aparecia nos arquivos Epstein.
Na ocasião, Bondi realizava uma revisão dos documentos relacionados ao caso do magnata acusado de tráfico sexual.
Não ficou claro em que contexto o nome de Trump apareceu nos arquivos e as fontes disseram que os documentos pareciam incluir várias alegações infundadas, que o Departamento de Justiça considerou não serem confiáveis, incluindo informações relacionadas ao presidente.
Reunião de procurador com ex-namorada de Epstein
O procurador-geral adjunto Todd Blanche deve se reunir nesta quinta-feira (24) com a cúmplice e ex-namorada de Jeffrey Epstein, Ghislaine Maxwell, segundo fontes disseram à CNN.


