"Implorando para receber": veja reclamações contra WePink, loja de Virginia
Empresa é alvo de ação civil pública e mais de 90 mil queixas; consumidores afirmam que receberam produtos avariados e tiveram reembolsos negados na Justiça
A empresa de cosméticos WePink, da influenciadora Virginia Fonseca, foi alvo de uma ação civil pública movida pelo MPGO (Ministério Público de Goiás), na quarta-feira (8), por conta de práticas abusivas contra os consumidores.
A marca acumulou mais de 90 mil reclamações registradas no site Reclame Aqui somente em 2024, com clientes relatando sistemática falta de entrega, descumprimento de prazos com atrasos de até sete meses e resistência em devolver valores pagos.
A CNN apurou que atualmente a empresa possui pouco mais de 32 mil reclamações ativas no principal portal de reclamações. Até o fechamento desta matéria, havia 381 reclamações aguardando resposta e, somente nesta sexta-feira (100, mais de 30 reclamações foram formalmente registradas.

Ações na justiça e investigação
As demandas judiciais demonstram o cenário de "completo descaso da empresa", segundo relatos em processos aos quais a reportagem teve acesso.
Em um dos casos, uma consumidora anexa uma conversa com o suporte online da loja. Diversos contatos são registrados, e em um deles a consumidora desabafa sobre a falta de comprometimento com a resolução do caso.
Tenho todos os prints de conversas, implorando para receber meu pedido, e nada.
Em outro caso, uma pessoa recebeu um produto cujo "a tampa estava quebrada, o produto vazando e grande parte já havia evaporado", alegando que a empresa da influenciadora se manteve "inerte à reclamação".
Outra cliente, que afirma ter tido o reembolso "dificultado pelos fornecedores", teve a situação configurada como dano moral pela Teoria do Desvio Produtivo, premissa que penaliza o tempo útil perdido pelo consumidor.
O MPGO alega que a WePink vendeu produtos sem estoque suficiente e utilizou flash sales para criar urgência, explorando a vulnerabilidade dos consumidores. O órgão exige a suspensão das lives promocionais e uma indenização de R$ 5 milhões por dano moral coletivo.
A CNN procurou a defesa da WePink, que disse que a companhia ainda não foi citada na ação, por isso não há como se manifestar sobre o caso. "Assim que recebermos a citação formal do juízo, nos manifestaremos nos autos", finalizou o advogado Felipe de Paula.


