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    Escolas particulares de SP e do RJ retomam aulas presenciais nesta segunda-feira

    Atividades em escolas públicas voltarão no dia 8 na rede estadual e no dia 15 na rede municipal em SP; no RJ, professores iniciam greve contra aulas presenciais

    Da CNN, em São Paulo

    Fechadas desde março de 2020 para aulas regulares por causa da pandemia do novo coronavírus, as escolas de São Paulo e do Rio de Janeiro vão reabrir a partir desta segunda-feira (1º), começando pela rede privada.

    Em São Paulo, no dia 8, será a vez das estaduais e, no dia 15 deste mês, das municipais. No Rio, as aulas nas redes municipal e estadual retornam também no dia 8, mas presencialmente apenas nos dias 24 de fevereiro e 1º de março, respectivamente.

    O processo em São Paulo até agora foi marcado por cobranças dos pais, consultas a especialistas – incluindo a contratação de consultorias de hospitais renomados pelos colégios mais caros –, adaptações nas salas, liminares que suspenderam o retorno e decisões da Justiça que mantiveram a reabertura.

    A data de volta às aulas presenciais foi definida na primeira quinzena de janeiro e as escolas poderão funcionar com 35% da capacidade.

    “Essas primeiras duas semanas serão para preparar os profissionais da educação municipal para o início do ano letivo. Para isso, já na segunda-feira, 1º, de maneira remota, cerca de 60 mil professores iniciam a organização pedagógica, juntamente com as equipes gestoras das unidades de ensino”, afirmou, em nota, a Secretaria Municipal de Educação.

    Nas 5,1 mil unidades da rede estadual, as aulas serão retomadas apenas no dia 8, mas os colégios já abrem a partir desta segunda-feira (1º) para estudantes que se cadastraram para receber a merenda.

    “Todos os 3,3 milhões de alunos poderão se alimentar nos dias de aulas presenciais. Para os 770 mil mais vulneráveis, a merenda será servida diariamente”, informou a gestão estadual.

    Greve no Rio de Janeiro

    Em assembleia neste sábado (30), professores da rede pública do Rio decidiram iniciar greve contra o retorno das aulas presenciais.

    A categoria reivindica ser incluída entre os grupos prioritários da vacina contra Covid-19, após profissionais da saúde e idosos.

    Médico avalia retorno

    Em entrevista à CNN nesta segunda-feira (1º), o médico infectologista pediátrico e diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, afirmou que o retorno das aulas presenciais não aumenta a circulação da Covid-19.

    Isso porque, diferentemente dos adultos, os pequenos apresentam sintomas inespecíficos. “Os adultos quando pegam Covid-19 têm febre, tosse, perdem o olfato e ficam com dificuldade respiratória. [Os sintomas nas] crianças são inespecíficos. Pode ser uma diarreia, dor de cabeça, enjoo, febre baixa, sintomas muito vagos. E como as crianças têm menos sintomas, elas transmitem menos. Elas espirram menos e, consequentemente, eliminam menos”, explicou. 

    Além disso, na avaliação do médico, a reabertura das escolas é um processo que precisa ser iniciado. “As crianças já foram tão penalizadas no ano passado, com todas as consequências danosas e graves que sofreram, em um Brasil tão desigual como o nosso. Essa é uma volta que precisa começar”, afirmou.

    E, para um retorno mais seguro, Kfouri defende medidas como um número reduzido de alunos por sala, ensino híbrido — aulas presenciais e online — e professores e crianças do grupo de risco afastados. “O que não podemos fazer é termos todas as outras coisas abertas na cidade, como shopping, praia, comércio, bares, e escolas fechadas.”

    (Com informações do Estadão Conteúdo)