Investigações continuam após prisão de Zinho, dizem fontes

Líder da maior milícia do Rio de Janeiro se entregou à PF no domingo após grupo ser alvo de ao menos duas operações seguidas

Elijonas Maia
Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, ascendeu ao posto de chefe da maior milícia do estado do Rio  • Reprodução
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As investigações contra Luís Antonio da Silva Braga, o Zinho, e o grupo do qual é apontado pelas autoridades como líder, continuam mesmo após a prisão dele, no último domingo (24). É o que dizem os investigadores da Polícia Federal ouvidos pela CNN.

Segundo relatos, a prisão dele, intermediada via advogados, não anula ou finaliza todos os inquéritos que correm contra ele e a “milícia do Zinho”, grupo paramilitar que comanda a Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Segundo fontes ouvidas sob reserva, a investigação está em andamento e há “outros braços do grupo”. Na semana passada, por exemplo, a PF fez duas operações seguidas contra aliados de Zinho. A primeira contra “o braço político” apontado pela PF, ocasião em que a deputada estadual Lucia Helena Pinto de Barros, a Lucinha (PSD), foi alvo de busca e apreensão e afastada do cargo pela Justiça.

Segundo investigadores, a parlamentar agia como lobista em benefício da milícia. No dia seguinte, outra operação foi realizada e prendeu cinco integrantes do grupo, apontados pela PF como “braço financeiro”. Segundo as investigações, eles retiravam dinheiro de comerciantes locais para manter o fluxo de renda e ameaçavam empresários que queriam construir novos negócios na região sem a “permissão” deles.

Com essas prisões e o avanço das investigações contra a milícia, os investigadores acreditam que a ação foi um duro golpe no grupo, o que forçou “Zinho” a decidir se entregar. A negociação foi feita em conjunto à recém-recriada Secretaria de Segurança do Rio e a Superintendência da PF no estado.

Zinho segue preso

Em audiência de custódia realizada nesta terça-feira (26) por videoconferência, o Tribunal de Justiça do Rio manteve a prisão de Zinho. Antes da prisão, ele era o foragido mais procurado do Rio. Ele está preso em um presídio de segurança máxima.