Menos da metade dos policiais usou câmeras na megaoperação no Rio
Anteriormente, governo fluminense havia informado ao STF que todos os policiais envolvidos no caso estavam com o equipamento
Menos da metade dos policiais das duas principais forças de elite do Rio de Janeiro utilizaram câmeras corporais durante a megaoperação realizada nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro.
As informações foram entregues ao ministro Alexandre de Moraes e anexadas ao processo da ADPF 635. Os dados fazem parte da portaria de instauração do Procedimento Investigatório Criminal, obtida pela CNN Brasil.
No BOPE, 77 câmeras foram distribuídas para um efetivo de 215 policiais — pouco mais de um terço. Já na CORE, unidade tática da Polícia Civil, somente 57 agentes estavam equipados, de um contingente de 128 mobilizados. O delegado de Polícia Civil Fabrício Oliveira relatou que 32 equipamentos estavam indisponíveis por falha técnica em uma das salas de recarga.
Os depoimentos colhidos pelo Ministério Público revelam ainda que parte dos policiais não conseguiu retirar os equipamentos antes da saída das equipes, por limitação de tempo.
O relatório técnico do MPRJ também aponta dois casos considerados atípicos:
- Caso 1 (Curta Distância): Um corpo apresentava lesões com características de disparo de arma de fogo à curta distância.
- Caso 2 (Decapitação): Outro corpo possuía lesão produzida por projétil de arma de fogo á distância, porém apresentava, adicionalmente, ferimento por decapitação, produzido por instrumento cortante ou corto-contundente.
Anteriormente, o governo havia informado ao Supremo que todos os policiais e militares envolvidos no caso estavam equipados com as câmeras corporais
Na segunda-feira (10), o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal) determinou que sejam preservadas todas as imagens.
Na decisão desta segunda, Moraes também mandou que o governo do Rio de Janeiro envie relatórios que comprovem a presença das 51 pessoas que seriam os alvos de mandados de prisão no local da operação.
O governo do Rio de Janeiro divulgou no início deste mês que nenhum dos mortos na megaoperação estavam na lista de réus com mandados de prisão preventiva.
A megaoperação policial "Contenção" foi realizada nos complexos do Alemão e da Penha, no dia 28 de outubro. A ação conjunta das Polícias Civil e Militar, que utilizou cerca de 2.500 agentes e resultou no saldo de 121 mortos.


