Conselheiro de Trump: “Nunca vou desistir até que Bolsonaro seja livre”

Jason Miller ressaltou em rede social que não irá parar até a libertação do ex-presidente

Da CNN Brasil
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O conselheiro do presidente dos Estados Unidos Donald Trump, Jason Miller, declarou neste domingo (10) que nunca vai desistir até que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seja libertado.

“Para deixar claro, eu não vou parar, não vou desistir, nunca vou ceder, até que o presidente @jairbolsonaro seja livre!!!”, escreveu Jason Miller na rede social X (antigo Twitter).

A declaração foi feita em resposta a um internauta que afirmou ser “mais importante o impeachment de [Alexandre de] Moraes do que libertar Bolsonaro”.

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) determinou na última segunda-feira (4) a prisão domiciliar do ex-presidente, sob acusação de descumprir medidas cautelares.

Prisão domiciliar

Na decisão, Alexandre de Moraes argumentou que o ex-presidente tem feito "reiterado descumprimento das medidas cautelares".

Segundo o decreto, Bolsonaro está proibido de receber visitas, com exceção de seus advogados, podendo apenas ter contato com pessoas autorizadas pelo Supremo.

O ex-presidente ainda está proibido de usar o celular, direta ou indiretamente, por intermédio de terceiros. No último domingo (3), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) fez uma chamada de vídeo de Bolsonaro na manifestação em Copacabana, no Rio de Janeiro.

Moraes reafirmou na decisão que manteve as cautelares em proibir o ex-presidente de ter contato com embaixadores e se aproximar de embaixadas ou autoridades estrangeiras. Além da proibição do uso das redes sociais.

"O descumprimento das regras da prisão domiciliar ou qualquer uma das medidas cautelares implicará na sua revogação e na decretação imediata da prisão preventiva, nos termos do art. 312, 1º, do Código de Processo Penal", ressaltou o ministro.

PF (Policia Federal) cumpriu busca e apreensão na casa do ex-presidente e apreendeu seu celular.

Em nota, a defesa disse que "foi surpreendida com a decretação de prisão domiciliar, tendo em vista que o ex-presidente Jair Bolsonaro não descumpriu qualquer medida".

"Cabe lembrar que na última decisão constou expressamente que em momento algum Jair Messias Bolsonaro foi proibido de conceder entrevistas ou proferir discursos em eventos públicos. Ele seguiu rigorosamente essa determinação", prosseguiu.

"A frase 'Boa tarde, Copacabana. Boa tarde meu Brasil. Um abraço a todos. É pela nossa liberdade. Estamos juntos' não pode ser compreendida como descumprimento de medida cautelar, nem como ato criminoso", finalizou o posicionamento assinado pelos advogados Celso Vilardi, Paulo Amador da Cunha Bueno e Daniel Tesser.

Relação Brasil–EUA

Christopher Landau, vice-secretário de Estado dos Estados Unidos, afirmou, sem citar nominalmente Alexandre de Moraes, ministro do STF, que um magistrado destruiu "o relacionamento historicamente próximo do Brasil com os EUA".

O vice-chefe da diplomacia americana comentou que "um único ministro do Supremo Tribunal Federal usurpou o poder ditatorial ao ameaçar líderes dos outros poderes, ou suas famílias, com prisão, encarceramento ou outras penalidades".

"Essa pessoa destruiu o relacionamento historicamente próximo do Brasil com os EUA, entre outras coisas, ao tentar aplicar a lei brasileira extraterritorialmente para silenciar indivíduos e empresas em solo americano", destacou.

Landau destacou que os Estados Unidos podem negociar com os poderes Executivo e Legislativo, mas não com um juiz.

Dessa maneira, enfatizou que estão em um "beco sem saída", alegando que o ministro se encobre no Estado de Direito e que os outros poderes "insistem em se considerar impotentes para agir".

Mesmo assim, o vice-secretário concluiu a publicação dizendo que os EUA querem retomar a amizade histórica com o Brasil.

*Publicado por João Scavacin, da CNN