Análise: A esquerda-raiz e suas dificuldades de furar a bolha no Rio
Em entrevista à CNN nesta quarta-feira (28), Tarcísio Motta foi transparente: é um esquerda-raiz clássico.
Historiador, professor, ligado ao movimento sindical, admirador de Lula e um dos fundadores do PSOL, suas ideias para o Rio seguem a cartilha da esquerda brasileira.
Segurança pública "cidadã", escolas sem celulares, combate à extrema-direita e ao neoliberalismo e agenda ambiental intensiva.
O grande desafio, porém, é convencer mais da metade do eleitorado da capital fluminense de que essas ideias são as melhores.
Base eleitoral da família Bolsonaro, o estado do Rio de Janeiro é governado pela direita.
O último grande líder de esquerda foi Leonel Brizola, que deixou o cargo de governador em 1994.
Para dificultar ainda mais o cenário, o presidente Lula e o PT apoiam formalmente a reeleição do prefeito Eduardo Paes, dificultando ainda mais as chances de Tarcísio Motta.
O resultado está aí: na pesquisa Quaest desta quarta-feira (28), Paes tem 60%; o bolsonarista Alexandre Ramagem tem 9%; e Tarcísio fica com 5%.
Resta a Tarcísio ficar otimista. "É natural que Paes tenha um percentual maior. Ele é prefeito pela terceira vez e seu percentual de conhecimento é maior. Assim que a campanha desenrolar, entrar na televisão e, os debates se desenvolverem e que a gente mostrar os desafios e problemas da cidade do Rio de Janeiro, o eleitor vai escolher aqueles que estão disputando com Eduardo Paes”.