Caio Junqueira
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Caio Junqueira

Formado em Direito e Jornalismo, cobre política há 20 anos, 10 deles em Brasília cobrindo os 3 Poderes. Passou por Folha, Valor, Estadão e Crusoé

Análise: Governos não se prepararam para queimadas

Lula assumiu o cargo com o discurso ambiental como uma de suas bandeiras, especialmente após criticar as queimadas durante o governo Bolsonaro

Queimadas perto da Rodovia dos Bandeirantes, na região de Campinas, neste sábado (24), no estado de São Paulo.  • VINCENT BOSSON/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
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As reações das autoridades às queimadas são semelhantes: reuniões de emergência, gabinetes de crise, sobrevoos e entrevistas coletivas.

Isso ocorre em uma situação que já era prevista — e até evitável. Afinal, a era dos extremos climáticos é uma realidade bem estabelecida no país e no mundo.

No Brasil, os dados oficiais mostram que, só neste ano, houve quase 105 mil focos de incêndio, um número 75% maior do que em 2023, o primeiro ano do governo Lula.

Lula assumiu o cargo com o discurso ambiental como uma de suas bandeiras, especialmente após criticar as queimadas durante o governo Bolsonaro.

Sem poder mais culpar o antecessor, a principal aposta de Brasília é que os incêndios foram causados por criminosos.

Isso representa uma leve diferença em relação à linha adotada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que admite a possibilidade de incêndios criminosos, mas não acredita em ações articuladas e elege o clima como o grande responsável.

Enquanto as apurações avançam, o que fica claro é que ainda estamos aquém do preparo necessário para enfrentar essas situações.