Caio Junqueira
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Caio Junqueira

Formado em Direito e Jornalismo, cobre política há 20 anos, 10 deles em Brasília cobrindo os 3 Poderes. Passou por Folha, Valor, Estadão e Crusoé

General preso avalia delação que pode atingir Bolsonaro, dizem investigadores

Mario Fernandes teria demonstrado incômodo e irritação com o fato de estar sendo apontado por outros indiciados como um “lobo solitário”

Jair Bolsonaro e Mario Fernandes durante visita ao Monumento Gorro Preto e ao Museu COPESP/EB
Bolsonaro (à esquerda) pode ser citado em eventual delação de Fernandes  • Arquivo - Flickr
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Investigadores relataram à CNN que o general Mario Fernandes, um dos indiciados no inquérito sobre a tentativa de golpe, avalia fazer uma colaboração premiada que traria fatos novos sobre a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro e do ex-ministro Braga Neto na trama golpista.

Em conversas reservadas, ele já teria demonstrado incômodo e irritação com o fato de estar sendo apontado por outros indiciados como um “lobo solitário” que agia sem comando superior e planejou e liderou antigos subordinados à revelia de ordens superiores, querendo impor suas vontades e percepções para forçar a adoção de “soluções poucos ortodoxas, extremadas e ilegais”, segundo uma fonte relatou à CNN.

Os primeiros relatos são de que, ao contrário dessa linha, Fernandes teria sido instrumentalizado para cuidar de questões relacionadas a tentativa de golpe atendendo sim a pedidos e cobranças superiores que seriam de Bolsonaro e Braga Neto.

Na sexta-feira pela manhã, a CNN revelou que a estratégia de defesa que Bolsonaro vinha apresentando até então estava gerando incômodo dentre os indiciados, que apontavam ingratidão e traição de sua parte.

A CNN questionou a defesa de Mario Fernandes sobre o assunto, que respondeu que não iria se manifestar.

Também foram procuradas as defesas de Bolsonaro e Braga Netto, ainda sem resposta.