Análise: ataques de rivais viram manto para Ricardo Nunes
Virulência da campanha deu ao prefeito discurso para minimizar críticas à gestão em entrevista à CNN
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, encontrou na virulência dos ataques de rivais uma ferramenta para se blindar de críticas que atingem sua gestão nesta largada da corrida municipal. É o que ficou evidente nas falas feitas por ele à CNN nesta segunda-feira, abrindo a série de entrevistas com candidatos à prefeitura da maior cidade do País.
O prefeito respondeu abertamente a perguntas sobre temas espinhosos, que vão desde a Influência do PCC no transporte público ou a operação da Polícia Federal sobre desvios em creches, até o registro de um boletim de ocorrência por sua esposa, para citar alguns exemplos. Toda a entrevista foi permeada pela ideia de que há uma ação orquestrada de adversários permeou as respostas do candidato à reeleição.
“Sempre vão acontecer esses ataques que a gente lamenta. Da minha parte, você não vai me ver atacar a família de ninguém”, disse o prefeito, sobre o boletim de ocorrência por ameaça registrado por sua mulher. Questionado se considera o documento forjado, como declarou anteriormente, o prefeito afirmou: “Forjado foi o discurso que estão criando”.
Mas outros casos embalaram um discurso semelhante. “Eu envolvido com qualquer coisa errada? Nunca vão ter”, acrescentou, ao ser questionado sobre supostos desvios em creches investigados pela PF.
A estratégia do prefeito veio reforçada de menções a Pablo Marçal (PRTB). Se por um lado o coach dificulta o avanço do prefeito sobre o eleitorado bolsonarista, por outro ele contribuiu para elevar drasticamente o tom da campanha e a diluir críticas à gestão municipal.
Do seu lado, Nunes também reservou tempo para criticar o rival. “O prefeito de São Paulo mexe com a vida de 12 milhões de pessoas. Não dá para ser artista de palco, ter esse M de mentira, mentira, mentira. O que precisa ter é seriedade tranquilidade. Não fazer disso um cenário para espetáculo. É algo muito sério governar uma cidade maior do que muitos países.”
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