Juscelino Filho: Aliados acham que Lula ganhará tempo e evitará antecipar reforma
Expectativa de pessoas próximas ao presidente é que, caso decida trocar auxiliar, ele opte por substituição pontual

O Palácio do Planalto passou as últimas horas digerindo a notícia sobre o indiciamento do ministro das Comunicações, Juscelino Filho. Nos bastidores, entretanto, a expectativa de pessoas ligadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva é que ele ganhe tempo antes de decidir os próximos passos diante da crise.
A viagem que Lula faz à Europa nesta semana ajudará o presidente a esperar que a poeira baixe, segundo fontes palacianas.
Até lá, a ideia é medir o clima na bancada do União Brasil e tomar pé das denúncias que pesam contra o ministro.
O time presidencial admite que isso aumenta ainda mais a pressão por uma substituição de Juscelino. A tese é que, junto com a polêmica sobre o leilão de compra de arroz estrangeiro, coloca-se um “carimbo” no governo que remete a corrupção.
Mas o Planalto sabe que Juscelino Filho tem forte sustentação da bancada do União Brasil na Câmara, o que dificulta sua substituição.
A possibilidade de inserir a troca numa reforma ministerial, para diluir seu impacto político, entra e sai do cardápio desde que Juscelino se tornou alvo das primeiras denúncias, ainda no início da gestão. Ainda assim, aliados duvidam que Lula antecipe uma reformulação ampla da Esplanada, prevista somente para ocorrer no fim do ano.
Lula vinha resistindo a pressões por uma reforma, com o objetivo de garantir a coesão com a sucessão nos comandos da Câmara e do Senado. Se Lula optar mais adiante por substituir Juscelino, a tendência, na avaliação de aliados, é por uma troca pontual.