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    Jussara Soares
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    Jussara Soares

    Em Brasília desde 2018, está sempre de olho nos bastidores do poder. Em seus 20 anos de estrada, passou por O Globo, Estadão, Época, Veja SP e UOL

    “Deixamos de comer para dar para as crianças”, diz brasileira no Líbano

    Grupo relata dificuldade para se alimentar enquanto tenta deixar o país; Itamaraty estuda rotas e avalia operação de resgate

    Em meio à escalada dos ataques no Líbano, brasileiros no Líbano fazem apelo para que o governo Lula dê início a uma operação de resgate.

    O Itamaraty tem estudado rotas para resgatar quem queira deixar o país. Por ora, a recomendação é para quem tem condições deixar o Líbano por meios próprios.

    À CNN, no entanto, famílias relatam dificuldades. Os aeroportos estão abertos, mas companhias aéreas já cancelaram voos até o fim do mês.

    Mulheres com filhos já tiveram que abandonar suas casas no Líbano e temem um agravamento da situação após a morte de líderes do Hezbollah. Algumas famílias dizem que há escassez de comida e água.

    “A maioria dos brasileiros quer ir embora, está em risco”, diz Cláudia Martins, de 41 anos.

    Natural da cidade de Marechal Rondon, no Paraná, Cláudia vive há 16 anos na cidade de Sour, no Líbano, com o marido e três filhas de 15, 12 e 5 anos. Há um ano, ela criou um grupo que reúne 1200 brasileiras no Líbano.

    Com medo, ela deixou sua casa e conta que está abrigada em uma escola, onde itens básicos começam a faltar. “A gente come o que Deus manda. Deixamos de comer para dar para as crianças”, disse.

    Natural de São Leopoldo (RS), Fernanda Arruda também integra o grupo criado por Cláudia. Ela mora na Líberia, mas os filhos brasileiros, de 17 e 13 anos, estão no Líbano com o pai. A família deixou a casa para buscar abrigo em outra cidade e não tem passagens para deixar o Líbano.

    “Já não há meios de sair do Líbano por meios comerciais. Só encontro passagens para depois de 10 de outubro. Estou há dias sem dormir”, diz Fernanda.

    Há um temor também da comunidade brasileira de ser atingido por bombardeios ao fazer os trajetos em busca de refúgio.

    Desde a intensificação dos ataques de Israel, dois adolescentes brasileiros morreram em ataques no Vale do Becaa.

    Na semana passada, a Embaixada do Brasil em Beirute iniciou uma consulta para saber o interesse de brasileiros em deixar o Líbano. Este levantamento ainda não se encerrou.

    O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, está em Nova York, onde participa da Assembleia Geral da Nações Unidas (ONU). Entre as agendas, o chanceler tem conversado com autoridades de países da região para tratar sobre o resgate desses brasileiros.

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