Jussara Soares
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Em Brasília desde 2018, está sempre de olho nos bastidores do poder. Em seus 20 anos de estrada, passou por O Globo, Estadão, Época, Veja SP e UOL

Maduro deve estar preparado para cobranças de Lula, dizem fontes

Assessor internacional, Celso Amorim embarca até sábado para acompanhar eleições na Venezuela

Presidente da Venezuela Nicolás Maduro em Caracas  • 16/8/2023 - Reuters/Leonardo Fernandez Viloria
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Integrantes do governo brasileiro afirmam que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, deve estar preparado para cobranças e reprimendas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o processo eleitoral no país vizinho.

A eleição venezuelana ocorre no próximo domingo (28) sob desconfiança internacional da transparência dos resultados. Maduro tenta mais um mandato de seis anos pela terceira vez.

A votação será acompanhada pelo assessor internacional da Presidência, Celso Amorim, que deve embarcar para Caracas até o próximo sábado. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também enviará dois observadores.

Na segunda-feira (22), Lula disse ter ficado "assustado" com as declarações de Maduro de que haverá um "banho de sangue" caso perca as eleições. No dia seguinte, o venezuelano respondeu às críticas: “quem se assustou que tome um chá de camomila.”

À CNN, fontes da diplomacia afirmaram que Lula deve se manter crítico. Esses mesmos interlocutores argumentam que o presidente tem cobrado o cumprimento dos Acordos de Barbados, assinado em 17 de Outubro de 2023, para garantir a participação da oposição na disputa presidencial, bem como a transparência e confiabilidade dos resultados.

O compromisso foi mediado pela Noruega e teve o apoio do Brasil, entre outros países.

Ao retornar ao Palácio do Planalto em 2023, Lula deu início a uma política de aproximação com a Venezuela. Ao comentar sobre o país vizinho, o brasileiro chegou a relativizar o conceito de democracia. Maduro também foi recebido no Palácio do Planalto com honras de chefe de Estado.

O Palácio do Planalto, porém, passou a demonstrar incômodo com o fato de o regime de Maduro ter tirado da disputa eleitoral as duas principais opositoras: Maria Corina Machado e Corina Yoris.

O atual candidato da oposição com mais chances nas urnas no próximo domingo é o ex-diplomata Edmundo González Urrutia, de 74 anos.

Em entrevista à correspondente da CNN Luciana Taddeo, Gonzaléz disse acreditar que integrantes do governo Lula não estão dispostos a apoiar “fraude” eleitoral.

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