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    Luísa Martins
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    Luísa Martins

    Em Brasília, atua há sete anos na cobertura do Poder Judiciário. Natural de Pelotas (RS), venceu o Prêmio Esso em 2015 e o Prêmio Comunique-se em 2021. Passou pelos jornais Zero Hora, Estadão e Valor Econômico

    Apesar do apoio de Lula a Motta, “fator Cunha” preocupa ala do governo

    Aliados do presidente lembram o impeachment de Dilma e temem "traição"

    Apesar de ter sinalizado apoio à candidatura do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) à presidência da Câmara, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem sido alertado por alguns aliados sobre a proximidade do parlamentar com o ex-deputado Eduardo Cunha.

    Para uma ala do governo, Lula não pode deixar de ter em mente que foi Cunha – como presidente da Câmara – quem abriu o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, cuja admissibilidade contou com voto favorável do próprio Motta.

    Por isso, esses interlocutores do presidente temem o uma eventual “traição”, percepção aguçada pela proximidade que Motta também tem com o senador Ciro Nogueira (PP-PI), aliado de primeira ordem do ex-presidente Jair Bolsonaro.

    Na quarta-feira, Motta se reuniu com Lula e, segundo fontes, disse garantir que a sua relação próxima com opositores do atual governo, como Cunha e Nogueira, não impedirá o seu diálogo com o Palácio do Planalto.

    Quanto ao voto pela admissibilidade do impeachment, Motta se justificou: votou a favor porque, na época, era filiado ao MDB – partido do então vice-presidente Michel Temer, que acabou assumindo no lugar de Dilma.