Luísa Martins
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Luísa Martins

Em Brasília, atua há oito anos na cobertura do Poder Judiciário. Natural de Pelotas (RS), venceu o Prêmio Esso em 2015 e o Prêmio Comunique-se em 2021. Passou pelos jornais Zero Hora, Estadão e Valor Econômico

Apesar do apoio de Lula a Motta, "fator Cunha" preocupa ala do governo

Aliados do presidente lembram o impeachment de Dilma e temem "traição"

Deputado Hugo Motta (Republicanos-PB)  • Mário Agra/Câmara dos Deputados
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Apesar de ter sinalizado apoio à candidatura do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) à presidência da Câmara, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem sido alertado por alguns aliados sobre a proximidade do parlamentar com o ex-deputado Eduardo Cunha.

Para uma ala do governo, Lula não pode deixar de ter em mente que foi Cunha - como presidente da Câmara - quem abriu o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, cuja admissibilidade contou com voto favorável do próprio Motta.

Por isso, esses interlocutores do presidente temem o uma eventual “traição”, percepção aguçada pela proximidade que Motta também tem com o senador Ciro Nogueira (PP-PI), aliado de primeira ordem do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Na quarta-feira, Motta se reuniu com Lula e, segundo fontes, disse garantir que a sua relação próxima com opositores do atual governo, como Cunha e Nogueira, não impedirá o seu diálogo com o Palácio do Planalto.

Quanto ao voto pela admissibilidade do impeachment, Motta se justificou: votou a favor porque, na época, era filiado ao MDB - partido do então vice-presidente Michel Temer, que acabou assumindo no lugar de Dilma.