Marco Pigossi: “Algumas religiões operam com opressão”
Ao Na Palma da Mari, o ator falou que seu personagem no filme "Maré Alta" tem inspiração em sua própria vida
O filme norte-americano “Maré Alta”, protagonizado pelo brasileiro Marco Pigossi e dirigido pelo seu marido, Marco Calvani, estreou nesta quinta (20) nos cinemas. Muito do personagem Lourenço, vivido por Pigossi, é inspirado no próprio ator, inclusive sua experiência sendo um imigrante nos Estados Unidos.
Ao Na Palma da Mari, Pigossi também refletiu sobre a relação de Lourenço, como homem gay, com a religião. Em um momento do filme, o personagem diz que seu maior medo é Deus, porque já mentiu para muita gente.
“O catolicismo é uma religião que trabalha nesse lugar da culpa e do pecado. Lourenço cresceu carregando essa culpa, que acaba virando uma homofobia internalizada, uma noção de pecado, de erro. E isso é muito difícil, porque ele acaba tendo que mentir”, explica Pigossi.
Segundo o ator, não se trata de uma mentira para lucrar em benefício próprio, e sim uma mentira de sobrevivência.
“É para conseguir existir. Muita gente da comunidade cresce com esse senso de culpa, tentando esconder, mentir ou reprimir esse sentimento”, afirma.
É por esse motivo que Pigossi acredita que esse filme é um grito de liberdade.
“Porque algumas religiões operam com opressão. E, para mim, o oposto de opressão é liberdade”, esclarece. “Então acho que o filme serve muito para isso: para mostrar que rebatemos opressão com liberdade. Essa é a mensagem principal”.
Na Palma da Mari
Marco Pigossi também contou como conheceu seu atual marido na cidade de Provincetown, nos EUA, onde o filme se passa. O programa vai ao ar toda quinta-feira, às 20h, no YouTube de CNN Pop. Confira: