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    Mari Palma
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    Mari Palma

    Sou jornalista, com pós em moda, neurociência e comportamento. Também sou embaixadora da Marvel, fã de Friends e Beatles, 4 vezes tia e mãe de cachorro

    #CNNPop

    Querido Chandler Bing…

    Ou melhor, Matthew Perry! Um ano se passou e… será que a gente poderia estar sentindo MAIS sua falta?

    Essa é uma carta pra te explicar a importância que você teve (e tem) na minha história. Pra começar, já vou confessar que eu não fui muito com a sua cara no começo. Sei lá, quando eu te conheci, eu era uma adolescente e você parecia mais um daqueles meninos bobos que eu adorava odiar. Corta pra 20 anos depois, tô eu aqui te escrevendo uma carta pra te contar tudo que eu aprendi com você. Mais uma das muitas voltas que a vida dá.

    Eu sei, você é “só” o personagem de uma série – ou “só” o ator que interpretou esse personagem – e muita gente pode achar tudo isso ridículo. Mas quem cresceu com você, assim como eu, vai entender. Você, junto com seu grupo de amigos, me acompanhou em muitos momentos: noites de sexta, viagens de avião, manhãs sem compromisso, dias de arrumação em casa… vocês sempre estavam lá. Confesso que nem sempre eu prestava atenção em vocês, mas ficava feliz de saber que eu não estava sozinha.

    Vocês eram meu conforto quando tudo parecia bagunçado. E você, Chandler, era o amigo que sempre dava um jeito de me fazer sorrir. Não muito bom em dar conselhos, como você mesmo dizia, mas sempre com um comentário sarcástico que encaixava perfeitamente em qualquer situação. Algumas pessoas dizem que você se escondia atrás do humor, mas eu acho que era mais do que isso: o humor não era uma defesa, e sim parte de você (vale pra você também, Matthew!). É só lembrar de quando você apostou que conseguiria ficar uma semana sem fazer piada e quase enlouqueceu. Ou quando a Monica te ligou dizendo que conheceu o cara mais engraçado do mundo no trabalho e você entrou em pânico. São uns dos muitos momentos que mostram que o humor não só te protegia, como te alimentava – o que pra gente era ótimo, é bom dizer.

    Você me inspirou a ver a vida de um jeito mais leve e me ensinou muito mais do que imagina. Hoje eu sei, por exemplo, que nunca é tarde pra mudar minha trajetória profissional e buscar sentido no que eu faço. E que depois de um término doloroso, existem fases que eu preciso passar, sempre com meus amigos do lado.

    Sei também que não tem problema nenhum em chegar nos 30 anos e querer sentar numa cadeira confortável, ver televisão e dormir numa hora razoável. Nessa idade, é bom evitar também beber antes de uma sessão de fotos. Ah, e tem o clássico ensinamento: “é sempre melhor mentir do que ter uma discussão complicada” (ok, aqui é brincadeira). E graças a você, eu reparei que o Pato Donald nunca usa calças, mas coloca uma toalha na cintura toda vez que sai do chuveiro (?).

    Eu poderia ficar horas aqui lembrando de momentos assim, mas acho que o mais importante é dizer que você continua vivo na lembrança de cada um de nós. Então Chandler, obrigada por todas as risadas, por todas as lições e por “being there for us” (“estado lá pela gente”), como diz a música. E Matthew, nada disso teria acontecido se não fosse pelo seu trabalho, então obrigada por ter se entregado tanto e por ter emprestado um pouco de você pra esse papel tão especial.

    Com saudades,
    Mari

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