Em dia de conflito, Favela do Moinho tem mais 50 casas demolidas
Polícia Militar escoltou técnicos da CDHU para derrubar imóveis
Em quarta-feira marcada por tensão e novo protesto de moradores, a favela do Moinho teve o maior número de demolições registradas até agora: 50. Com essas, o total chega a 57, considerando seis da última segunda (12) e mais uma desta terça (13).
Desta vez, como adiantado pela CNN, os funcionários do governo do estado foram até o local, no centro de São Paulo, acompanhados de uma tropa da Polícia Militar.
A medida foi tomada depois de ameaças feitas na última segunda. Fontes que participam da força-tarefa para derrubar as paredes da favela disseram ainda que um funcionário terceirizado foi atingido por uma pedra na segunda-feira, mas preferiu não registrar boletim de ocorrência por medo de retaliação.
A ideia da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos), é construir no local um parque integrado a uma estação de trem da CPTM. Os projetos, no entanto, só vão ser feitos de fato quando a área estiver esvaziada.
Nesta quarta (14), mais cinco famílias deixaram a comunidade. No total, já são 186 realocadas. O dia foi marcado por um protesto reprimido pela Polícia Militar, que usou bombas de gás lacrimogênio para dispersar manifestantes.
"O trabalho segue normalmente, em conjunto com o município, para prover moradia digna para as famílias que hoje vivem em situação e de risco e insalubridade devido às condições da favela - situada entre linhas de trem, com fiação elétrica exposta, com muitas casas em condições precárias, sem rota de fuga em caso de incêndios e sem saneamento adequado", disse em nota a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo.