Pedro Venceslau
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Pedro Venceslau

Pós-graduado em política e relações internacionais, foi colunista de política do jornal Brasil Econômico, repórter de política do Estadão e comentarista da Rádio Eldorado

Reviravolta na taxa da blusinha expõe racha do grupo de Arthur Lira em Maceió; entenda

Grupo do presidente da Câmara pode lançar candidatura contra prefeito e rachar direita na capital alagoana

Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), na posse de Flávio Dino como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), em 22 de fevereiro de 2024
Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL)  • Marina Ramos/Câmara dos Deputados
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Aliados na política local em Maceió, o senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL), o deputado Arthur Lira (PP-AL) e o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), o JHC, tiveram uma conversa difícil na segunda-feira, 3, em Brasília sobre a eleição na capital alagoana.

Segundo fontes próximas ao presidente da Câmara e ao prefeito ouvidas pela CNN, a pauta do encontro foi a escolha do vice de JHC na disputa pela reeleição.

Lira foi informado no encontro que o senador Rodrigo Cunha fora escolhido, o que abre caminho para que a suplente dele, Eudócia Caldas (PSB), mãe do prefeito, assuma a cadeira no Senado.

O presidente da Câmara externou então sua contrariedade com a decisão, já que defendia a escolha de outro nome ligado ao seu grupo: a secretária de Educação, Jó Pereira (que é prima de Lira) ou ex-deputado Davi Davino Filho (PP).

Na terça-feira (dia seguinte à reunião), Arthur Lira ficou sabendo por meio de um assessor que assistia à CNN sobre a decisão de Cunha de excluir a “taxa das blusinhas” do projeto Mover, de descarbonização do setor automotivo.

O episódio da taxa das blusinhas deve causar reflexos na disputa pela prefeitura de Maceió, que pode ganhar mais um candidato no campo da direita, o ex-deputado Davi Davino Filho, que é do grupo de Lira.

Fontes próximas a JHC consideram esse cenário possível e atribuem o racha a eleição para o Senado em 2026, quando Lira deve ser candidato.

Procurada, a assessoria de Cunha ainda não respondeu. O espaço está aberto.

A CNN pediu uma entrevista com o prefeito e aguarda resposta.