Pedro Venceslau
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Pedro Venceslau

Pós-graduado em política e relações internacionais, foi colunista de política do jornal Brasil Econômico, repórter de política do Estadão e comentarista da Rádio Eldorado

Nunes, Marçal, Derrite: direita em SP projeta disputa sem Tarcísio em 2026

Lideranças de direita e do Centrão projetam cenários da disputa no estado sem o governador Tarcísio de Freitas, que é pressionado a disputar presidência

Da direita para a esquerda: O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, o empresário Pablo Marçal e o Secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite  • Reprodução
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O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) rejeita, por ora, a ideia de disputar o Palácio do Planalto em 2026, mas lideranças, dirigentes e parlamentares da direita de São Paulo, ouvidos pela CNN, já projetam um cenário sem ele no pleito pelo Palácio dos Bandeirantes.

As fontes convergem na avaliação de que Tarcísio será o franco favorito caso dispute a reeleição, mas apostam que a pressão por uma candidatura nacional será muito grande e virá de todos os lados.

Dito isso, o tabuleiro eleitoral já está sendo desenhado nos bastidores.

A Folha de S.Paulo revelou e a CNN confirmou que aliados do MDB e pessoas do entorno de Ricardo Nunes vislumbram a candidatura do prefeito para o governo no ano que vem, e já estariam se movimentando nesse sentido.

Uma pesquisa recente do Instituto Paraná energizou os entusiastas da ideia.

Sem Tarcísio, Ricardo Nunes (MDB) lidera a corrida pelo Palácio dos Bandeirantes, com 27% das intenções de votos. O influenciador Pablo Marçal (PRTB) aparece em seguida, com 25,6%.

Os demais citados na pesquisa neste cenário foram Márcio França (PSB), 17%; Alexandre Padilha (PT), 6,3%; e Paulo Serra (PSDB), 5,1%.

"Não há dúvida que, sem o Tarcísio, o Ricardo Nunes se torna o player da direita em São Paulo. Ele vence a esquerda na capital, enquanto o interior já é antipetista", disse Murilo Hidalgo, do Instituto Paraná, à CNN .

Procurado pela CNN, Nunes negou que esteja fazendo qualquer articulação para disputar o governo.

"Eu não estou articulando nada. Estou no terceiro mês do novo mandato. Meu foco é fazer um bom mandato nos próximos quatro anos. Como fui bem nas pesquisas, é natural o entorno se empolgar", disse o prefeito.

Outro nome da direita que vislumbra a disputa pelo governo paulista é o influenciador Pablo Marçal. A CNN apurou que ele pode deixar o PRTB e migrar para o União Brasil com esse objetivo.

Aliados, auxiliares e deputados da base de Tarcísio dizem que, caso o governador decida por um voo mais alto em 2026, o nome do secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite (PL), despontaria como um candidato "natural" do grupo.

O problema é que o vácuo aberto, em uma eventual mudança de planos de Tarcísio, abriria uma disputa interna na base do governador.

Nesse caso, o vice, Felicio Ramuth (PSD), assumiria o governo em abril e poderia disputar a reeleição na máquina, o que lhe daria uma vantagem competitiva para atrair o Centrão.