Victor Irajá
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Victor Irajá

Com passagens por Estadão e rádio CBN, foi editor do Radar Econômico, da revista Veja. É especializado em Economia pela FGV e pelo Insper

Frente do agro reage a boicote e propõe comissão para investigar Carrefour

Texto deve ser entregue ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), na próxima terça-feira (26)

Logo do Carrefour  • 25/11/2023REUTERS/Yves Herman
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Integrante da Frente Parlamentar do Agronegócio (FPA), o deputado Alceu Moreira (MDB-RS) apresentou um requerimento para a instalação de uma comissão externa para apurar a “conduta e as constantes denúncias” da rede de supermercados Carrefour sobre a qualidade da carne brasileira.

O texto deve ser entregue ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), durante um almoço promovido pela FPA nesta terça-feira (26).

Segundo o documento, a decisão do CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, de deixar de comprar carnes do Mercosul em virtude dos produtos “não cumprirem com os requisitos e normas” é “uma atitude absolutamente irresponsável, falaciosa e discriminatória, em uma clara afronta protecionista ao setor agropecuário brasileiro”.

Ainda de acordo com o deputado, “o Brasil possui uma das legislações mais rigorosas do mundo no que diz respeito ao controle ambiental e ao desenvolvimento sustentável, em consonância com a certificação de qualidade na entrega dos seus produtos”.

A CNN procurou o Carrefour Brasil e aguarda retorno.

Segundo o documento, dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) atestam que, em 2023, o Brasil foi responsável por 27% das exportações fora do bloco, sendo um parceiro imprescindível para a segurança alimentar local.

“Causa estranheza a despreocupação do Sr. Bompard com as operações da empresa no Brasil, já que 80% do abastecimento interno é realizado por fornecedores brasileiros”, afirma o posicionamento.

“As palavras do senhor Bompard são extremamente lamentáveis e ferem os princípios do diálogo e da cooperação internacional, tão fundamentais para a garantia da interdependência do mercado global, tornando-se passíveis de fiscalização”, afirma Moreira.