Petróleo sobe 1% nesta sexta e 3% na semana, com possível alta na demanda

Com a alta de o WTI voltou a fechar em seu maior nível em sete anos pela segunda vez nesta semana

Gabriel Caldeira, do Estadão Conteúdo
Surto do novo coronavírus causou maior choque na demanda de petróleo desde 2008
Na Nymex o barril do petróleo WTI para novembro subiu 1,19% nesta sexta e 3,69% na semana, a US$ 82,28  • REUTERS
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O petróleo fechou em forte alta nesta sexta-feira (15) estendendo seus ganhos recentes em meio à perspectiva de melhora da demanda global em um cenário de oferta já apertada.

A crise energética e a manutenção dos planos de produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), mesmo com a mudança no mercado de energia global, é citada por analistas como os principais fatores que explicam o rali do óleo.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI para novembro subiu 1,19% nesta sexta e 3,69% na semana, a US$ 82,28, enquanto o do Brent para dezembro avançou 1,02% nesta sexta-feira, e 3% no acumulado dos últimos sete dias, a US$ 84,86, na Intercontinental Exchange (ICE).

Com a alta de hoje, o WTI voltou a fechar em seu maior nível em sete anos pela segunda vez nesta semana, e os contratos chegaram a sua oitava semana seguida de ganhos no mercado futuro.

O rali da commodity energética é explicado pelo déficit de oferta no mercado, o que pode piorar caso a crise energética, que fez os preços do gás natural e do carvão dispararem, provocar uma corrida por petróleo, avalia o analista Edward Moya, da Oanda.

Moya ainda cita o aumento da demanda por combustível de aviação, à medida que os EUA se abrem para viagens internacionais, como outro fator que pode deixar o mercado do óleo ainda mais apertado em breve.

"Serão necessários alguns eventos para frear essa alta do preço do petróleo: a Opep+ deverá aumentar a sua produção para além do acréscimo previsto de 400 mil barris por dia em novembro; o clima quente precisará atingir o hemisfério norte; e o governo Biden precisará liberar reservas estratégicas" dos EUA, estima o analista.

Para a Capital Economics, o fator mais determinante para, eventualmente, o rali do petróleo terminar é um aumento maior da produção da Opep+.

Isso, no entanto, não parece que vai ocorrer, a menos que o cartel abandone seu sistema de cotas atualmente em vigor, de acordo com a consultoria britânica.

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