Startup de máscaras, Fashion Masks fatura R$ 16 milhões – mas e o pós-pandemia?
Fashion Masks foi criada para ajudar na produção de máscaras em momento inicial da crise sanitária, mas aposta que vai crescer ainda mais no pós Covid-19

Poucos produtos se tornaram tão essenciais em 2020 quanto as máscaras. Se no auge da pandemia existia uma escassez desses itens primordiais (a ponto de o país ter importado carregamentos), agora as máscaras podem ser encontradas com facilidade nas ruas, bancas e até em lojas de grife.
Uma marca surgiu em meio ao caos sanitário para servir de ponte entre pequenas oficinas e os consumidores. Com o lema de apoiar as costureiras, a startup Fashion Masks começou vendendo máscaras a partir de R$ 6,90, dependendo da quantidade adquirida.
Atualmente, o quadro de funcionários conta com 80 costureiras fixas. Brenno Faro, um dos sócios-fundadores, afirma que elas ganham por mês cerca de R$ 2,5 mil.
Deu certo para todos os lados, segundo o empresário. Em menos de nove meses de operação, a companhia encerrou 2020 com um faturamento de R$ 16 milhões e fez parcerias com diversas empresas, como o iFood e a BR Distribuidora, dona dos postos de gasolina da bandeira Petrobras.
Mas, com o início da vacinação, é possível que esse mercado simplesmente deixe de existir. Logo, como uma empresa que vende basicamente máscaras — que respondem por cerca de 70% das vendas — continuará existindo?
A resposta é por meio da diversificação. A companhia já vende roupas antivirais, acessórios como "ecobags" e estampas politicamente corretas e agora pretende entrar no segmento de itens para a casa.
A meta para 2021 é bem ambiciosa: aumentar o faturamento em 150% para R$ 40 milhões e lançar mais de 1 mil novos modelos de roupa. A ideia é que metade do faturamento venha de vestuário, sendo 30% da linha fitness, que ainda será lançada, e 20% da linha íntima (máscaras estarão inclusas nesse segmento, juntamente com cuecas e meias).
Parcerias
A Fashion Masks contou com parceiros importantes desde o início. A fabricante de roupas e tecidos Malwee, por exemplo, ajudou a startup com matérias-primas e prazos de pagamento generosos. O AME, programa de cashback da B2W (BTOW3), e os unicórnios Vtex e 99 também foram essenciais na empreitada. Foi assim que o site da empresa, por exemplo, foi criado gratuitamente, segundo Faro.

Agora, tudo mudou. A empresa já é financeiramente sustentável. Logo, um aporte, por exemplo, não é prioridade.
“Como tivemos um apoio da iniciativa privada, temos esse fôlego. Nosso foco são as costureiras e queremos mantê-las trabalhando”, diz.
Mas, se até então o mercado de máscaras era algo que todas as empresas estavam desbravando, agora a Fashion Masks vai ter que brigar com os grandes do setor da moda — inclusive aqueles que já foram seus parceiros em algum momento. Mais do que isso, vai ter que mostrar que consegue ir além das máscaras.