Setor de seguros deve crescer 12,9% em 2022 e 10% em 2023, diz CNSeg

Projeções levam em consideração o aumento da renda das famílias, amparado por benefícios maiores nos programas de transferência de renda

Gabriel Vasconcelos, do Estadão Conteúdo
Pessoa segurando notas de 50 reais
Arrecadação do setor até outubro foi 17,9% maior que em 2021  • Marcello Casal Jr/Agência Brasil
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O setor de seguros vai experimentar aumento de arrecadação de 12,9% em 2022 ante 2021 e deve avançar 10% em 2023, projeta a Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg).

Sem o segmento de Saúde Suplementar, o crescimento projetado na arrecadação em 2022 sobe para 17,1%. Para as projeções sobre o fechamento de 2022, foi considerada uma alta do PIB de 2,6%.

Em 2021, essa fatia do setor sem os planos de saúde arrecadou R$ 306,4 bilhões e, se confirmada a projeção (+17,1%), esse montante deve subir a R$ 358,8 bilhões nos 12 meses de 2022. Até outubro, o setor arrecadou R$ 294,6 bilhões sem considerar planos de saúde.

Segundo o presidente da CNSeg, Dyogo Oliveira, a previsão de aumento das receitas de 10% em 2023 leva em conta uma projeção de expansão do PIB de 2,2%, amparada no aumento da renda das famílias, amparada entre outros fatores na manutenção e aumento dos programas de transferência de renda.

"A aprovação da PEC da Transição e medidas fiscais previstas permitirão uma ampliação da renda disponível das famílias e o aumento do investimento público, levando aumento da atividade econômica em 2023. Estamos otimistas para o próximo ano", disse Oliveira, que foi ministro do Planejamento no governo Michel Temer.

Ao desagregar o crescimento de 12,9% a ser verificado em 2022, a CNSeg aponta como maior destaque o segmento de Danos Responsabilidades, cujas receitas devem subir 25,2%.

A projeção para Capitalização é uma alta de 18,2% e, para Cobertura de Pessoas, que vende seguros de Vida e Planos de Previdência, de 13,1%. As receitas dos planos de saúde devem subir 7,7% no ano.

Em 2022, o mercado brasileiro de seguros vai alcançar uma participação equivalente de 6,4% do PIB, igual ao verificado em 2022. Para 2023, a CNseg projeta que o setor alcance 6,6% do PIB.

Para Oliveira, com a estabilização da economia ainda na esteira do fim da pandemia de covid-19, o negócio de seguros vai voltar a ganhar participação no PIB, o que definiu como uma "tendência de longo prazo do setor".

"Em países desenvolvidos, a indústria de seguros tem participação superior a 10% do PIB, o normal é algo entre 11% e 12% (do PIB)", disse Oliveira.

Desempenho até outubro

Excetuando o segmento de Saúde Suplementar, a arrecadação do setor de seguros até outubro de 2022 foi de R$ 294,6 bilhões, uma variação de 17,9% na comparação com o mesmo período do ano anterior, informou a CNSeg.

O segmento Família VGBL foi responsável por 33,4% da evolução nos dez primeiros meses do ano. Automóvel representou 23,5% e Rural, 7,7%. Capitalização impulsionou a alta de 7,5% e Vida, 7,0%, informou Oliveira.

O fechamento de 2022 será conhecido até o fim do primeiro quadrimestre de 2023, a partir da divulgação da base de dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep) e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Entre janeiro e outubro desse ano, o pagamento de indenizações, benefícios, resgates e sorteios somou R$ 182,9 bilhões, 18% a mais que no mesmo período de 2021, sem considerar o segmento de Saúde Suplementar. Em todo 2021, esses pagamentos somaram R$ 189,3 bilhões.

No período, os produtos que mais pagaram foram Família VGBL (48,9%), Automóvel (13,9%), Capitalização (9,9%), Rural (5,5%), Família PGBL (5,1%) e Vida (3,7%).

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