Economia deve desacelerar em 2024, mas inflação controlada permitirá corte no juro, diz Inter

Para 2024, instituição projeta que o PIB, arrefecendo, vai crescer 1,8%; segundo economista-chefe do Inter, o "lado positivo" da atividade deve permanecer a balança comercial

Da CNN*
Consumidores em um supermercado
Supermercado: inflação sob controle deve "permitir que os cortes de juros avancem mais que o esperado pelo mercado", segundo Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter  • Tânia Rêgo/Agência Brasil
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Mesmo com uma perspectiva de desaceleração da economia em 2024, a trajetória mais controlada da inflação deve abrir espaço para que o Banco Central corte a Selic além do projetado pelo mercado, diz o Inter nesta quinta-feira (7), em relatório com perspectivas para o cenário macroeconômico do próximo ano.

A expectativa da instituição é de que a taxa termine 2024 em 9%. ao ano (a.a.) O mercado espera que a taxa básica da economia encerre o próximo ano em 9,25% a.a., conforme dados compilados pelo Boletim Focus, do BC.

A inflação sob controle deve "permitir que os cortes de juros avancem mais que o esperado pelo mercado", segundo Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter.

A instituição projeta uma expansão de 1,8% na economia do próximo ano, ante perspectiva de 1,50% do mercado.

O alerta, no entanto, fica para a "incógnita" na questão fiscal. "Pode contribuir para uma convergência mais acelerada da inflação à meta ou ser um fator inflacionário devido à desancoragem das expectativas", diz o relatório.

Segundo Rafaela Vitória, o "lado positivo" da atividade deve permanecer a balança comercial.

"Grata surpresa" para 2023

Para 2023, o Inter descreve a atividade em 2023 como "uma grata surpresa". A expectativa no início do ano era de que o Produto Interno Bruto (PIB) avançasse 1% — agora, se estima crescimento de 3%.

O Brasil deve encerrar 2023 com saldo superavitário de US$ 95 bilhões na balança. A expectativa do Inter é de que o superávit seja de US$75 bilhões em 2024 — ainda em patamar acima do observado nos últimos anos.

"Além das exportações do agronegócios, sem dúvidas o crescimento da produção e exportação de petróleo vai continuar sendo um destaque, ganhando relevância em cima das exportações de mineiro, que desaceleram por conta da economia chinesa menos robusta", explica Rafaela Vitória.

Câmbio

O fiscal também será decisivo para o câmbio, segundo a análise. Caso o governo se mostre incapaz de controlar o crescimento dos gastos, pode trazer mau-humor aos investidores.

O fim do ciclo de alta da política monetária nos EUA e a balança comercial robusta também deve impactar a "equação" do câmbio. Com isso, a estimativa é de que a taxa encerre 2024 cotada próximo a R $5,00, com um viés de baixa.

Confira relatório abaixo:

*Publicado por Danilo Moliterno

 

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