Entenda por que o Banco Central dos EUA tem 12 filiais e como isso funciona

Cada unidade do Federal Reserve, Fed, como é chamando o BC americano, tem seu presidente e seu próprio Banco de Reserva; veja fotos

Amanda Sampaio, da CNN, Em São Paulo
Sede do Federal Reserve, em Washington D.C., EUA  • Britt Leckman/Official Federal Reserve Photo
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Se você acompanha o noticiário econômico, certamente já ouviu falar do Federal Reserve, ou Fed, o banco central dos Estados Unidos, que, atualmente, tem como presidente Jerome Powell.

A instituição, diferentemente de outros bancos centrais, tem várias filiais com seus respectivos presidentes regionais.

O Fed tem papel fundamental na condução da política monetária, na manutenção da estabilidade econômica e na supervisão do sistema financeiro do país.

Ele é composto por três divisões principais: o Conselho de Governadores, os Bancos de Reserva (Federal Reserve Banks) e o Comitê de Mercado Aberto (FOMC), que interagem entre si para discutir e alcançar as metas econômicas.

O Federal Reserve divide os EUA em 12 distritos, e cada um deles tem seu próprio Banco de Reserva.

Essa delimitação foi criada em 1913, baseada nas regiões comerciais predominantes à época. Além disso, cada uma dessas filiais possui seu próprio presidente e conselho de diretores.

Os bancos regionais estão espalhados por diversas partes do país, como Nova York, Boston, Filadélfia e Chicago, por exemplo.

Essa estrutura permite que o Fed tenha uma perspectiva mais ampla e representativa da economia dos Estados Unidos.

No entanto, apesar de operarem de forma independente, os distritos do Fed atuam sob a supervisão do Conselho de Governadores, sediado em Washington, D.C.

O Conselho é composto por sete membros nomeados pelo presidente dos Estados Unidos e chancelados pelo Senado.

Esses membros têm mandatos de 14 anos não renováveis, o que garante certa continuidade e estabilidade nas políticas do banco central americano.

É importante ressaltar que o Fed é uma instituição independente do governo federal dos Estados Unidos.

Essa independência é fundamental para evitar influências políticas imediatas em suas decisões monetárias, além de permitir que o banco central tome as medidas que considere necessárias para manter a estabilidade econômica do país.

Por isso, a estrutura de múltiplos dirigentes ajuda a promover essa autonomia, já que distribui o poder de tomada de decisão entre várias pessoas e regiões.

Os presidentes dos bancos regionais desempenham papel importante no Fed especialmente por garantir a representação geográfica e evitar uma visão centralizada.

Esse modelo de governança ajuda a promover maior compreensão das condições econômicas em todo o país.

Além disso, os dirigentes de cada filial são responsáveis por coletar informações econômicas regionais e manter diálogo com empresários e líderes locais.

Dessa forma, é possível que o banco central americano consiga ter uma melhor perspectiva para a condução da economia.

Os presidentes de cada Banco de Reserva participam ativamente das reuniões do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês).

O colegiado é o equivalente norte-americano ao Comitê de Política Monetária (Copom) do BC e contribui com perspectivas regionais diversificadas nas decisões relacionadas à política monetária, como as taxas de juros.

Isso garante uma governança equilibrada e uma compreensão abrangente da realidade econômica em todo o país.

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