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    Criptomoedas e tokens são criptoativos, mas têm diferenças; veja quais são

    Ambos podem ser usados como meio de armazenar e transacionar valor, e são considerados ativos de risco

    Artur Nicocelido CNN Brasil Business , em São Paulo

    O mercado de finanças descentralizadas é envolvido por dois grandes ativos digitais: criptomoedas e tokens. Ambos podem ser comprados como forma de investimentos e são conhecidos como criptoativos. Os dois também podem ser usados como meio de armazenar e transacionar valor.

    Porém, as funções desses ativos podem ser distintas. A principal diferença entre eles é que as criptomoedas representam transferências de valores definidos pelo mercado, assim como funciona com o dólar e outras moedas, e os tokens são transferências de valores definidos pelo proprietário ou criador do ativo.

    As criptos são moedas digitais com valor monetário criadas em blockchain, conhecidas por ter um sistema avançado de criptografia que assegura a validade e o registro de transações. E é impossível uma pessoa conseguir alterar as características do ativo.

    Já os tokens são diretamente relacionados aos contratos inteligentes. Dessa forma, representam digitalmente um ativo real, podendo ser personalizado ou programado, afirma Tatiana Revoredo, professora do Insper.

    Os contratos inteligentes, também conhecidos como smart contracts, são protocolos que possuem a mesma finalidade de instrumentos contratuais físicos que são estabelecidos entre duas partes. Porém, em vez de serem em papel, são feitos digitalmente.

    “Ou seja, o token serve para diminuir burocracias desnecessárias”, diz Vitor Delduque, diretor de novos negócios do MB Tokens.

    Esse modelo de criptoativo pode representar qualquer produto, como artes digitais, safras de café ou até ações, em forma de endereços digitais. “Investimentos que antes eram realizados só por pessoas ou empresas com um volume alto de capital, hoje podem ser acessados a partir de R$ 100”, afirma Delduque.

    Dessa forma, os preços podem ser definidos pelas empresas e não apenas pela oferta e demanda.

    A professora do Insper diz também que “não existe ainda uma classificação unificada sobre tokens. Mas independentemente da classificação que se adote, uma coisa é certa, os tokens podem representar praticamente tudo”. Ela apontou alguns exemplos de tokens:

    • Objeto físico (uma commodity);
    • Objeto digital (uma obra de arte digital);
    • Direito (dívidas, ações, títulos, a participação numa empresa, o direito de usar um serviço, um direito autoral, o direito de propriedade, etc.);
    • Representação da responsabilidade institucional (como as moedas digitais dos Bancos Centrais);
    • Stablecoins: que está em sua grande maioria atrelada a uma moeda real, como o dólar

    Para os investidores

    Do ponto de vista do investidor não há muita diferença comprar um token ou uma criptomoeda, “basta escolher aquilo que faz mais sentido”, diz Caio Villa, diretor de investimento da Uniera.

    Já Tatiana afirma que um investidor conservador, por exemplo, dá muito mais importância à segurança de seu patrimônio que à rentabilidade e liquidez do investimento. “Logo, um investidor conservador que quer investir no longo prazo, deve ter no máximo 2% a 3% em ativos de risco”.

    Os criptoativos são considerados ativos de risco devido à alta volatilidade.

    Por sua vez, ela diz que um investidor arrojado é mais tolerante ao risco, na comparação com outros perfis de investidor, portanto, está mais aberto para investir em criptomoedas. “Neste caso, as criptomoeda provavelmente tem um lugar em portfólios de, no máximo, 5%”.

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