Fintech Zro Bank permite converter reais em Bitcoin e quer mais moedas na lista

Banco digital que permite converter saldo bancário em Bitcoin pretende adicionar novas criptos e moedas estrangeiras ao portfólio no primeiro semestre

Matheus Prado,
Zro Bank, Edísio
  • Foto: Zro Bank/Divulgação
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A consolidação do mercado de criptomoedas já não é segredo para ninguém. Em 2020, assistimos a cotação do Bitcoin saltar mais de 300%, enquanto o Ethereum, especializado em contratos digitais, avançou mais de 600%. O rali continua em 2021 e os ativos têm sido incorporados em uma gama de produtos.

Buscando surfar essa onda, o Zro Bank, banco digital nascido no Nordeste, começou a operar no final do ano passado utilizando tecnologia blockchain. A startup oferece, além da "experiência bancária tradicional" e uma plataforma de pagamentos embutida no Telegram, a possibilidade de converter o saldo da conta em Bitcoin e ganhar com possíveis valorizações do ativo. 

E, segundo Edisio Pereira Neto, CEO da fintech, o serviço é só o começo. O gestor diz que é preciso acompanhar o setor, que vem avançando muito, e que não adianta ser só mais um banco digital para "competir com o Nubank". "Nosso grande objetivo é ser uma casa de câmbio digital", diz.

(O app, que tem 180 mil downloads em 5 meses, deve anunciar em breve uma nova rodada de investimentos para acelerar a operação brasileira e iniciar um movimento de expansão para outros países. Uma parceria com um banco suíço já possibilitou a chegada do cartão internacional da marca.)

"Incluiremos moedas internacionais, como o dólar e o euro, e também vamos aumentar nosso portfólio de criptoativos ainda no primeiro semestre. Oferecemos ainda cashback de 0,5% de todas as compras em Bitcoin e permitimos que os clientes convertam seus recursos a qualquer hora do dia."

A estrutura, construída utilizando APIs (Application Programming Interface) que conectam sua plataforma às corretoras de câmbio (mais precisamente o Grupo B&T, que divide sócios com o Zro), é pensada para dar liberdade aos consumidores na hora de escolher sua reserva de valor. 

Pereira Neto explica, no entanto, que é preciso ter cuidado com as flutuações dos ativos. Pensando nisso, a fintech está trabalhando para adicionar uma ferramenta de "stop loss" na plataforma. Ou seja, o cliente cria uma regra que, caso o ativo caia certa porcentagem, o banco vende automaticamente.

Outro fator que requer atenção é o spread cobrado nas conversões. No caso do Bitcoin, a marca afirma que é de cerca de 1%. No caso de moedas tradicionais, as contas dos clientes serão hospedadas na Suíça, evitando que eles paguem a alíquota completa do IOF, que é de 6,38%.

"Hoje, quem saca dinheiro ou faz uma transação no cartão de crédito, lá fora, paga 6,38% de IOF. O que nós vamos fazer é abrir uma conta para brasileiros no exterior. Então o cliente pode ficar convertendo seu dinheiro em dólar ou qualquer outra moeda por um IOF mínimo, de 1,10%."

Mercado

Para Pereira Neto, 2020 foi o ano de consolidação dos criptoativos, com vários players institucionais investindo na modalidade e dando cada vez mais legitimidade aos negócios. "Mas acredito que o auge ainda não chegou e será quando os países começarem a utilizar o BTC como reserva de valor", diz.

"Outro passo importante, e que já vem ocorrendo, é a aceitação e o desenvolvimento de novas criptomoedas por parte de grandes empresas. É certo que ainda existe alguma resistência por parte dos bancos, que ainda não estão prontos para trabalhar de forma descentralizada, mas a tendência é termos um mundo cada vez mais sem fronteiras."

Apontando para o futuro, entende que uma grande oportunidade de negócio a ser explorada, a partir da descentralização do ambiente, é uma evolução do mercado de crédito. "Vemos muitas pessoas que precisam de dinheiro e outras que têm dinheiro e não sabem como investir", diz. "A plataforma que conseguir plugar estes dois de forma segura pode criar um novo nicho."

 

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