Ibovespa sobe 1,91% após manutenção da Selic no Brasil; dólar recua a R$ 5,11

Avanço das commodities no exterior também beneficiou o desempenho da bolsa

João Pedro Malar, do CNN Brasil Business*, em São Paulo
Ibovespa
Taxa básica de juros, a Selic, foi mantida em 13,75% ao ano  • Cris Faga/NurPhoto via Getty Images
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O Ibovespa encerrou em alta de 1,91% nesta quinta-feira (22), cotado aos 114.070,48  pontos. Essa foi a primeira vez que o índice encerrou acima dos 114 mil pontos desde abril, beneficiado pelo avanço de commodities no exterior e pela decisão do Banco Central (BC) de interromper o ciclo de aumentos da Selic.

Já o dólar recuou 1,12%, a R$ 5,11, renovando seu menor patamar para encerramento desde o último dia 12 (R$ 5,09). Este foi o terceiro pregão de desvalorização do dólar nesta semana, período em que acumula baixa de 2,76%.

Por um lado, o real é beneficiado por um fluxo de entrada de capital estrangeiro, mas a moeda norte-americana também tem ganhos devido à aversão a riscos no mercado após a decisão de política monetária do Federal Reserve.

No Brasil, a taxa básica de juros, a Selic, foi mantida em 13,75% ao ano, com o comitê do Banco Central encerrando o ciclo de alta de juros iniciado em março de 2021.

O comunicado do Copom foi bem recebido pelo mercado, com a autarquia sinalizando que , apesar da manutenção, não está descartada nova alta caso “o processo de desinflação não transcorra como esperado".

Já nos Estados Unidos, o Fed realizou um novo aumento de 0,75 ponto percentual, para o intervalo entre 3% e 3,25%. Além disso, os dirigentes da autarquia projetam agora uma taxa de juros final em 2022 maior.

A mediana de estimativas para a taxa de juros ao fim de 2022 subiu de 3,4% em junho para 4,4%, indicando altas de juros em magnitudes ainda elevadas neste ano. Após o comunicado do Fed, as apostas em uma nova elevação de 0,75 ponto percentual em novembro ganharam ainda mais força.

Na quarta-feira (21), o dólar teve alta de 0,39%, a R$ 5,173. Já o Ibovespa recuou 0,52%, aos 119.935,86 pontos.

Sentimento global

A aversão global a riscos dos investidores, desencadeada por temores sobre uma possível desaceleração econômica generalizada devido a uma série de altas de juros pelo mundo para conter níveis recordes de inflação, tem variado de intensidade dependendo das expectativas sobre o ciclo de alta de juros nos Estados Unidos.

O processo de elevação da taxa norte-americana continuou em setembro com uma nova alta de 0,75 ponto percentual.

Além disso, o Federal Reserve revisou as projeções para a taxa de juros ao fim de 2022, indicando que deve realizar aumentos em magnitudes maiores que o previsto pela autarquia anteriormente.

Os juros maiores nos Estados Unidos atraem investimentos para a renda fixa do país devido a sua alta segurança, e favorecem o dólar, mas prejudicam os mercados e as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.

Os investidores monitoram ainda a situação da economia da China, que também dá sinais de desaceleração ligados a uma série de lockdowns em cidades relevantes.

A expectativa é que o governo chinês intensifique um esforço para estimular a economia, enquanto enfrenta dificuldades para reverter um quadro de baixo consumo pela população, o que impacta a demanda do país por commodities.

Mesmo assim, o Ibovespa e o real encontraram recentemente espaço para recuperação com uma melhora de humor do mercado, apoiada nas perspectivas positivas para as commodities, um cenário econômico doméstico mais forte e uma redução da percepção de riscos em relação às eleições.

Esse quadro, entretanto, é limitado dependendo do grau de aversão a riscos no exterior.

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*Com informações da Reuters

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