A gente tem um problema de expectativa futura com relação à política fiscal e monetária, diz Campos Neto

Presidente do BC ainda afirma ter confiança de que esforços para atingimento da meta serão mantidos após sua saída

Cristiane Noberto, da CNN, Brasília
Roberto Campos Neto, presidente do BC  • Rodrigo Romeo
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O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse que existe “um problema de expectativa” com relação às políticas fiscal e monetária do Brasil no futuro, “embora reconheça que o governo esteja se esforçando”.

Em cerimônia da Ordem dos Economistas do Brasil, ocorrida nesta sexta-feira (9), na qual recebeu a homenagem Economista do Ano de 2024, o banqueiro central também reforçou que o Comitê de Política Monetária (Copom) tem votado de forma “de forma coesa e unânime” mostrando o compromisso com a meta de inflação, tentando dissipar qualquer ruído sobre as decisões do colegiado.

“O que o Banco Central tentou fazer nesses últimos meses foi dirimir qualquer tipo de ruído que pudesse existir e em termos do quão técnico é a decisão do Banco Central", disse.

"Então o Banco Central tem votado de forma coesa e unânime mostrando o seu compromisso com o atingimento da meta. Eu tenho confiança que isso vai ser feito após a minha saída”, afirmou.

O mandato do atual chefe da autarquia termina em 31 de dezembro. O principal cotado para assumir o cargo é o diretor de política monetária, Gabriel Galípolo, indicado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ex-número dois do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na pasta.

“Tivemos conversas importantes nos últimos meses entre os membros do Banco Central sobre a importância de proteger a credibilidade com decisões técnicas. E o BC tem demonstrado um comportamento bastante técnico, tem tentado ficar um pouco distante às vezes do ruído político e do ruído do dia-a-dia e eu acho que a instituição tem crescido muito com a autonomia”, pontuou.

Na ocasião, Campos Neto também ressaltou a atuação do BC durante a pandemia de Covid-19 e com redução de juros iniciada em agosto de 2023.

Ele ainda reforçou a autonomia da autarquia como fundamental para o sucesso da política monetária.

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