Banco do Japão vai avaliar subir juros na próxima semana e pode revelar plano de redução de compra de títulos, dizem fontes

"A decisão será muito próxima e difícil de ser tomada", dada a incerteza sobre as perspectivas de consumo, disse uma das fontes

Reuters
Bandeira do Japão no prédio do Banco do Japão, em Tóquio
Bandeira do Japão no prédio do Banco do Japão, em Tóquio  • 18/03/2024 REUTERS/Kim Kyung-Hoon
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O Banco do Japão provavelmente debaterá se aumentará as taxas de juros quando se reunir na próxima semana e revelará um plano para reduzir aproximadamente pela metade as compras de títulos nos próximos anos, disseram fontes, sinalizando sua determinação de diminuir gradualmente seu enorme estímulo monetário.

A decisão sobre a taxa dependerá de quanto tempo os membros do conselho da autoridade monetária preferem esperar para saber se o consumo se recuperará e manterá a inflação estável em torno da meta de 2% do banco, disseram quatro pessoas familiarizadas com o pensamento da instituição.

Mais de três quartos dos economistas entrevistados pela Reuters esperam que o banco central japonês não faça alterações em sua política neste mês e, possivelmente, faça a próxima mudança em setembro ou outubro, mas as fontes sugeriram que o resultado da reunião de 30 e 31 de julho era consideravelmente menos certo.

"A decisão será muito próxima e difícil de ser tomada", dada a incerteza sobre as perspectivas de consumo, disse uma das fontes. "É realmente uma decisão de julgamento, em termos de agir agora ou ainda este ano", disse outra pessoa.

Embora o conselho de nove membros do Banco do Japão concorde amplamente com a necessidade de um aumento da taxa no curto prazo, não há consenso sobre se isso deve ocorrer na próxima semana ou no final do ano, disseram as fontes.

O núcleo da inflação atingiu 2,6% em junho, tendo ultrapassado a meta do Banco do Japão por mais de dois anos, e o salário base dos trabalhadores teve o maior aumento em três décadas em maio, o que é suficiente para que formuladores de política monetária com tendência a serem mais rígidos com a inflação argumentem que as condições são adequadas para aumentar as taxas agora.

No entanto, o fraco consumo recente e o sentimento das famílias ajudaram aqueles com tendência de maior leniência com a inflação a defenderem a necessidade de manter a política inalterada por enquanto e aguardarem mais dados para ver se os cortes de impostos e o aumento dos salários aumentarão o consumo conforme projetado.

O resultado da reunião da próxima semana é incerto, em parte porque o Banco do Japão não vê nenhuma razão convincente para se apressar, com os aumentos de preços ainda moderados e as expectativas de inflação estáveis perto de 2%, disseram as fontes.

"O que está claro é que o Banco do Japão provavelmente aumentará as taxas nos próximos meses. É apenas uma questão de tempo", disse uma das fontes.

O presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, disse que o banco central japonês aumentará as taxas se estiver convencido de que o sólido crescimento econômico e salarial manterá a inflação em torno de 2% nos próximos anos, conforme projetado.

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