BC do Japão mantém taxa de juros e mostra menos pessimismo sobre economia
Banco central do país manteve viva a possibilidade de uma retomada dos aumentos da taxa de juros este ano

O Banco do Japão revisou para cima suas previsões de inflação nesta quinta-feira (31) e ofereceu uma perspectiva menos pessimista sobre a economia do que há três meses, mantendo viva a possibilidade de uma retomada dos aumentos da taxa de juros este ano.
Em uma decisão amplamente esperada, o Banco do Japão manteve a taxa de juros de curto prazo em 0,5% por meio de uma votação unânime nesta quinta.
O banco central também citou os aumentos persistentes nos custos dos alimentos como um possível motor das percepções do público sobre a inflação e as pressões dos preços.
"A inflação subjacente ainda permanece abaixo da nossa meta de 2%, mas a expectativa é de que aumente moderadamente", disse o presidente do banco central, Kazuo Ueda, em uma coletiva de imprensa.
"Se a inflação geral permanecer alta por muito tempo, devemos estar atentos ao risco de que isso possa afetar a inflação subjacente", disse ele, enfatizando que o Banco do Japão avaliará até que ponto as empresas continuarão aumentando os preços dos alimentos.
O banco central manteve a promessa de continuar aumentando os custos dos empréstimos se a evolução econômica e dos preços estiver de acordo com as previsões, acrescentando que o Japão verá o aumento dos salários e dos preços empurrar a inflação subjacente para a meta de 2% do banco.
O acordo comercial do Japão firmado com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, neste mês reduz as tarifas norte-americanas para a importação de mercadorias, incluindo seus automóveis, aliviando o sofrimento da economia dependente de exportações e eliminando um obstáculo importante para novos aumentos de juros.
Ueda disse que o acordo comercial reduziu a incerteza sobre as perspectivas e aumentou a probabilidade de o Japão atingir de forma duradoura a meta de inflação de 2%, necessário para novos aumentos dos juros.
Entretanto, ele advertiu que o impacto dos impostos mais altos dos EUA sobre a economia japonesa continua incerto.
"Não acho que a névoa se dissipará imediatamente", disse Ueda.