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    Caminhamos para inflação ainda mais alta em 2025, diz ex-BC ao WW

    José Julio Senna aponta que país se direciona a cenário de dominância fiscal; entenda

    João Nakamurada CNN , em São Paulo

     

    Ao olhar para o cenário atual da economia brasileira, José Júlio Senna, ex-diretor de Dívida Pública e Mercado Aberto do Banco Central (BC), disse ao WW que não enxerga outro destino que não seja a alta da inflação.

    Em 2023, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrou o ano em alta de 4,62%. O resultado ficou abaixo do teto da meta perseguida pelo BC pela primeira vez desde 2020.

    Porém, para 2024, o mercado passou a precificar alta de 4,89% – resultado que estoura o limite de 4,5% -, segundo o boletim Focus divulgado na segunda-feira (16).

    “A inflação está em trajetória ascendente. Estamos caminhando para algo superior em 2025”, afirmou Senna no WW desta terça-feira (17).

    Dominância fiscal

    Levando a economia do país por esse caminho, vão, de mãos dadas, o câmbio deteriorado e os gastos públicos elevados.

    Nesta terça, o dólar voltou a fechar em patamar recorde, em cerca de R$ 6,10. Ao longo do dia, chegou a tocar a marca de R$ 6,20.

    A alta ficou menos expressiva após sinalizações positivas sobre o andamento do pacote fiscal no Congresso e intervenção do BC no mercado de câmbio.

    Após o governo apresentar um pacote fiscal no final de novembro, a avaliação foi de que, além de demorado, o conjunto de medidas teria sido superestimado pela equipe econômica e seria insuficiente para conter a dívida.

    Os juros básicos do país se encontram atualmente no patamar de 12,25% ao ano. Ainda assim, Senna observa que a inflação não mostra sinais claros de controle.

    Desse modo, o ex-BC aponta que o Brasil já “andou um bom pedaço” rumo à dominância fiscal.

    Os economistas definem dois regimes possíveis para a economia de um país: um de dominância monetária, no qual os juros projetam os efeitos esperados como controle da demanda e, consequentemente, dos preços; o outro de dominância fiscal, no qual esses resultados não acontecem devido o ritmo acelerado dos gastos públicos.

    “Nesse cabo de guerra, o fiscal para um lado e o monetário para o outro, o que importa é o resultado líquido. Mas o governo não tem nenhuma disposição de fazer o que tem que ser feito, e o Congresso dificilmente vai fazer o que o poder Executivo nao está a fim de fazer, aí fica tudo nas costas do Banco Central”, pondera Senna.

    “Vai sobrar para o Banco Central, e ele sozinho não consegue resolver essa parada. Uma hora vai cansar, e aí estaremos na dominância fiscal”, conclui.

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