William Waack

China sai em defesa do Brasil, enquanto Trump fala em encontro com Lula

Ministério de Relações Exteriores da China classificou taxas do americano como um instrumento de "coerção"

Danilo Cruz, da CNN, em São Paulo
Compartilhar matéria

China condenou a tarifa de 50% de Donald Trump contra produtos brasileiros, classificando o movimento como uma interferência na soberania do Brasil. Do lado americano, Trump assumiu que pode conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Trump, no entanto, não definiu uma data para o possível encontro. Os dois mandatários ainda não se reuniram desde que o republicano voltou à Casa Branca.

Mesmo depois do aceno a Lula, o republicano voltou a defender o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) dizendo que o governo o trata de "forma muito injusta" e o classificou como "um homem muito honesto".

Na carta enviada para notificar o governo brasileiro sobre a tarifa de 50%, Trump citou três motivos: a caça às bruxas contra Bolsonaro, uma suposta censura do STF (Supremo Tribunal Federal) a plataformas digitais dos EUA e a relação comercial "injusta" entre os dois países, embora a balança comercial com o Brasil seja superavitária para os americanos.

Já os chineses dizem que o tarifaço do presidente americano é um instrumento de coerção que ele utiliza para intimidar outros países. O Ministério do Comércio do país destacou que segue "de portas abertas" para "compartilhar desenvolvimento com o resto do mundo".

A China é o país contra o qual Trump mais aplicou tarifas desde o início deste segundo mandato. Os impostos americanos chegaram a ultrapassar os 100% durante o auge da guerra comercial entre os dois países. Agora, os Estados Unidos têm uma alíquota de 30% para os produtos chineses, enquanto a China cobra 10%.

Ao mesmo tempo que critica Trump pelas tarifas ao Brasil, os chineses seguem mantendo o canal aberto com os Estados Unidos.

O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Li, se encontrou com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, para tratar, principalmente, sobre taxas. Ambos os lados descreveram a conversa como positiva e construtiva e afirmaram que a possibilidade de um encontro entre Trump e o líder chinês, Xi Jinping, cresceu.

Acompanhe Economia nas Redes Sociais